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quinta-feira, 27 de julho de 2023

Lição 05 - 3º trimestre de 2023 - Obadias - o juízo divino virá

Lição 05 – 30 de julho de 2023 – Editora BETEL

 Obadias – o juízo divino virá

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Sobre Obadias

O livro de Obadias: O título desta breve profecia condida no livro mais curto do Antigo Testamento é: "Visão de Obadias". Quem tenha sido Obadias, não possuímos meios para saber. Seu nome significa "servo de Jeová" e diversos personagens têm esse nome no Antigo Testamento, mas nada existe para ligar este profeta com quaisquer dos outros Obadias. Quanto ao emprego do termo "visão", para descrever o conteúdo da profecia, e que lança luz sobre o modo pelo qual o profeta recebeu sua mensagem, compare-se com os versículos iniciais de Isaías, Ezequiel, Amós, Miquéias, Naum a Habacuque; ver também Números 12.6.

Esta profecia fala sobre "Edom". Edom é denunciada por seu orgulho, especialmente por sua falta de bondade fraternal para com Judá, e seu julgamento, no dia de Jeová, é predito juntamente com o de todas as outras nações.

No livro do profeta Obadias não é mencionada a sua genealogia, nem outro pormenor a seu respeito. Obadias é um nome bastante comum, e significa “servo do Senhor”. Doze ou treze pessoas com tal nome são mencionadas na Bíblia (1 Reis 18.3-16; 2 Crônicas 17.7; 34.12-13). Dependemos da data desta profecia para sabermos se o Obadias que escreveu este livro é citado noutra parte do Antigo Testamento. Como nenhum rei é mencionado, não sabemos com certeza a data em que foi escrito. A única alusão histórica diz respeito a uma ocasião em que os edomitas regozijaram-se com a invasão de Jerusalém, e até mesmo tomaram parte na divisão dos despojos (vide versículo 11-14). Não fica claro, porém, qual invasão Obadias tinha em mente. Houve cinco invasões de monta contra a cidade santa durante os tempos do Antigo Testamento: de Sisaque, rei do Egito, em 926 a.C., durante o reinado de Roboão (1 Reis 14.25-26); dos filisteus e árabes no reinado de Jorão, entre 848 e 841 a.C. (2 Crônicas 21.16-17); do rei Jeoás de Israel no reinado de Amazias, em 790 a.C. (2 Reis 14.13-14); de Senaqueribe, rei da Assíria, no reinado de Ezequias, em 701 a.C. (2 Reis 18.13); dos babilônios entre 605 e 586 a.C. (2 Reis 24-25).

Acredita-se que Obadias tenha profetizado em conexão com a segunda. A destruição de Jerusalém por Nabucodonosor parece a menos provável, porque não há nenhum indício, no livro, da destruição completa de Jerusalém ou da deportação de seus habitantes. Os profetas que se referem à destruição de Jerusalém identificam sempre o inimigo como sendo Nabucodonosor, e não simplesmente “forasteiros” e “estranhos” (versículo 11). Sendo assim, a ocasião da profecia de Obadias é mais provavelmente a segunda das cinco invasões, quando filisteus e árabes se reuniram para pilhar a cidade. Por essa época, os edomitas, que se achavam sob o controle de Jerusalém, já haviam consolidado sua liberdade (2 Crônicas 21.8-10). Seu júbilo, motivado pela queda de Jerusalém, fica bem patente e compreensível. Levando-se em conta que o período do reinado de Jorão vai de 848 a 841 a.C., e que a pilhagem de Jerusalém já era realidade, considera-se 840 a.C. uma data provável à composição da profecia. Parte do contexto da profecia relembra Gênesis 25.19-34; 27.1; 28.9, isto é, a longa rivalidade entre Esaú (pai dos edomitas) e Jacó (pai dos israelitas). Embora leiamos em Gênesis a respeito da reconciliação entre ambos os irmãos (Gênesis 33), o ódio entre seus descendentes irrompia frequentemente em guerras no decurso da história bíblica (conforme Números 20.14-21; 1 Samuel 14.47; 2 Samuel 8.14; 1 Reis 11.14-22). Em consonância com suas hostilidades, os edomitas regozijaram-se com as adversidades de Jerusalém.

O ancestral epônimo dos edomitas foi Esaú (Gênesis 36.1, 8-9). Suas relações com seu irmão gêmeo, Jacó, pai da Judá, são descritas em Gênesis 25-36. Desde quando as crianças lutavam no ventre de sua mãe, foi-lhe dito pelo Senhor que "Duas nações há no ventre... e o maior servirá ao menor" (Gênesis 25.22 e seguintes). Subsequentemente, Esaú é pintado como alguém que "por um manjar vendeu o seu direito de primogenitura" (Hebreus 12.16), mostrando-se insensível para os valores espirituais. Nasceu dentro da aliança, mas falhou em apreciar o privilégio que lhe pertencia por direito de nascimento, deixando igualmente de receber as bênçãos acompanhantes. A estima em que Deus tinha Jacó e Esaú, respectivamente, é sucintamente expressa na declaração: "Amei a Jacó, e aborreci a Esaú" (Malaquias 1.2 e seguintes.; conforme Romanos 9.13).

Os Herodes, do Novo Testamento, eram edomitas, e eram fiéis ao seu caráter. Note-se como se mostravam insensíveis para a verdade espiritual, especialmente quando ela se mostrou corporificada em Jesus Cristo, a perfeita representação do Jacó e Judá (Ver especialmente, Mateus 2; Lucas 13.31 e seguintes; 23.8 e seguintes; Atos 12.21 e seguintes). Gênesis 36.8 nos relata que "Esaú habitou na montanha de Seir".

O monte Seir é frequentemente usado como sinônimo para a nação inteira de Edom, a qual se tornou a terra dos descendentes de Esaú. Edom é a área diretamente ao sul do mar Morto, especialmente a região montanhosa ao leste da Arabá (isto é, a depressão que liga o mar Morto ao Golfo de Acaba). A porção sul de Edom é a região de Temã, a qual, algumas vezes, também é usada, no Antigo Testamento, como sinônimo para toda Edom; e as duas principais cidades de Edom são Bozra e Sela (Petra); esta última significa "rocha", tanto no hebraico como no grego.

De Eziom-Geber, no golfo de Acaba, saía o "caminho do rei", que atravessava Edom até o norte. Era ao longo desse caminho que Moisés queria levar os filhos de Israel. O relato sobre a recusa de Edom, não dando a necessária permissão para tal, se encontra em Números 20.14-21 (conforme Deuteronômio 2.1-18). O antagonismo continuou mesmo depois dos israelitas se terem estabelecido em Canaã (ver, por exemplo, 2 Samuel 8.14; 2 Reis 14.7; 2 Crônicas 28.17), e encontramos os profetas a denunciar Edom constantemente. Quanto às principais profecias contra Edom, ver Isaías 34.5; Jeremias 49.7-22; Lamentações 4.21 e seguintes.; Ezequiel 25.12-14; 35; Joel 3.19; Amós 1.11 e seguintes. Um vívido quadro de julgamento a visitar Edom, nos é dado em Isaías 63.1-6, e algum tempo mais tarde encontramos uma olhada para a passada destruição de Edom em Malaquias 1.2-5. Houve recrudescências do poder e da influência de Edom após o encerramento do período do Antigo Testamento, mas, hoje em dia, as notáveis ruínas de Petra são tudo quanto resta da grandeza de Edom.

Quanto à participação de Edom no saque de Jerusalém, em 586 a.C., ver especialmente Ezequiel 35.5,12,15 e Salmo 137.7. Essa participação de Edom não é mencionada nos livros históricos, embora facilmente possa ser encaixada ali, como, por exemplo, nos assaltos saqueadores descritos em 2 Reis 24.2.

Esaú e Edom ocupam um lugar de profunda significação na revelação divina da verdade. Essa significação é focalizada agudamente nesta breve profecia de Obadias. O pano de fundo do quadro que nos é exposto por Obadias é Jacó; o primeiro plano é Esaú. Jacó e os que dele descenderam são vistos a passar pelos sofrimentos, da natureza de castigo, mas daí seguem para a restauração final. Esaú é contemplado como um orgulhoso, um rebelde, um desafiador, encaminhando-se para a destruição final. Podemo-nos regozijar que, no dia do Senhor, "o reino será do Senhor", mas não devemos deixar de acatar o exemplo de Esaú, pois, afinal de contas, "Não foi Esaú irmão de Jacó?" (Malaquias 1.2). Em o Novo Testamento, o escritor do livro de Hebreus nos exorta a "Tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem... profano, como Esaú... Porque bem sabeis que, querendo ele ainda depois herdar a bênção, foi rejeitado, porque não achou lugar do arrependimento..." (Hebreus 12.15 e seguintes).

Embora o Novo Testamento não se refira diretamente a Obadias, a inimizade tradicional entre Esaú e Jacó, que subjaz a este livro, também é mencionada no Novo Testamento. Paulo refere-se à inimizade entre Esaú e Jacó em Romanos 9.10-13, mas passa a lembrar da mensagem de esperança de que Deus nos dá: todos os que se arrependerem de seus pecados, tanto judeus quanto gentios, e invocarem o nome do Senhor, serão salvos (Romanos 10.9-13; 15.7-12).

O livro refere-se ao destino dos filhos gêmeos de Isaque e Rebeca, cujo casamento foi um dos mais célebres da Bíblia (Gênesis 24). Todavia, a ênfase do livro está em Esaú, por intermédio de quem Isaque insistia que a bênção continuasse, apesar de Deus já ter selecionado Jacó (Gênesis 25.23) A preferência de Isaque por Esaú parecia ser a melhor escolha, de conformidade com as atividades de ambos em Gênesis. Mas a história decorrente de independência, vingança e violência dos descendentes de Esaú demonstram o perigo das escolhas humanas em oposição às divinas.

Apesar de descenderem de dois irmãos gêmeos, as nações de Edom e Israel tornaram-se inimigas rancorosas e implacáveis. Essa inimizade começou muito antes com uma "raiz de amargura" que se tornou uma inimizade mútua, nacional, jamais reconciliada (Hebreus 12.15-17.) Ironicamente, começou num lar piedoso, onde o favoritismo foi demonstrado pelos pais, e provocou intensa rivalidade entre os rapazes e amarga contenda entre os seus descendentes (Gênesis 25.28 e seguintes; 27.41.) Aquela inimizade no seio de uma família ainda produz manchetes internacionais no Oriente Médio, lembrando-nos do princípio afirmado por Tiago: "Vede como uma fagulha põe em brasas tão grande selva" (Tiago 3.5).

A mensagem do livro não pode ser apreciada adequadamente sem o pleno conhecimento do passado. Obadias não é apenas o menor livro do Antigo Testamento, mas provavelmente também o de mais longa introdução. A seguir, alguns pontos culminantes da história de Edom:

(a) A história começa com a disputa entre os irmãos gêmeos, na qual Jacó e sua mãe planejam arrancar de Esaú o seu direito de primogenitura e bênção (Gênesis 25, 27).

(b) A inimizade e amargura de vinte anos diminuiu um pouco quando Jacó teve um encontro com Deus, ao voltar de Padã-Arã (Gênesis 32, 33).

(c) Sua inimizade tornou-se nacional quando Israel voltou do Egito, apesar de o Senhor ter ordenado a Israel que não se vingasse (Números 20.14-21; Deuteronômio 2.5).

(d) Essa inimizade entre Israel e Edom continuou por 1000 anos, de Moisés a Malaquias, envolvendo muitas escaramuças de menor importância.

(e) Os edomitas foram condenados por muitos profetas: Números 24.18-19; Isaías 11.14; Jeremias 49.7-22; Ezequiel 25.12-14; Joel 3.19; Amós 1.11-12; Malaquias 1.3-4.

(f) Mateus apresenta a história de Jesus em Mateus 1-2 com o registro da intensa inimizade de Herodes, o edomita, que se tinha tornado rei de Israel. Aquela inimizade pode ser notada em diversas gerações da dinastia herodiana: Herodes, o Grande, procurou assassinar a Jesus (Mateus 2.16); Herodes Antipas tinha assassinado a João Batista, procurado matar a Jesus, e humilhou-o cruelmente no julgamento da sua morte (Mateus 14.10; Lucas 13.31; 23.11); Herodes Agripa I matou a Tiago e tentou matar a Pedro (Atos 12.1 e seguintes).

(g) A nação de Edom (Iduméia), como Israel, extinguiu-se depois da invasão e expurgo romanos em 70 d.C., sendo que os romanos a incorporaram à Arábia Pétrea.

(h) Os edomitas são evidentemente muito criticados pelos profetas devido à sua renovada preeminência nos últimos dias, pois serão eles os inimigos que o Messias destruirá quando vier em julgamento (Isaías 34.18; 63.1-4; Malaquias 1.4).

(i) Essa destruição final será completa e perpétua, embora outros antigos vizinhos de Israel sejam restaurados (Isaías 19.23-25; Jeremias 49.13; Ezequiel 35.9; Obadias 9; Malaquias 1.4).

Obadias é a síntese do último capítulo da história, como se fosse a conclusão dos livros sobre Edom. Foi um povo que podia ter se tornado grande, tendo sido dotado de rara sabedoria e força, mas "vendeu o seu direito de primogenitura" por desprezar a Palavra de Deus e o povo escolhido por Deus. Os edomitas permitiram que um antigo ciúme se transformasse em amargura e vingança, incorrendo no eterno julgamento divino. São extremamente raros os edomitas de renome, tais como Doegue, que matou os sacerdotes de Nobe, Hadade, inimigo de Davi, e Herodes, que tentou matar o Messias (1 Samuel 22.18; 1 Reis 11.14 e seguintes; Mateus 2.16).

Por causa do orgulho e do ódio cruel de Edom, foi decretada sua destruição. “Se te elevares como águia e puseres o teu ninho entre as estrelas, dali te derrubarei, diz o Senhor” (versículo 4). Nada podia salvar essa nação criminosa. Seu povo foi expulso das casas na rocha, cinco anos após a destruição de Jerusalém, quando o rei Nabucodonosor, ao passar pelo Vale de Arabá, que constituía a entrada militar para o Egito, esmagou os edomitas. Deixaram de existir como nação cerca do ano 150 a.C. E seu nome pereceu com a captura de Jerusalém pelos romanos. “Como tu fizeste, assim se fará contigo” (versículo 15).

O livro termina com a promessa de livramento para Sião. “E os da casa de Jacó possuirão as suas herdades” (versículo 17). O primeiro passo para o futuro restabelecimento dos judeus é a recuperação daquilo que já lhes pertenceu.

O povo escolhido de Deus acabava de ser levado para o cativeiro por Nabucodonosor. A Terra Santa estava deserta, e Deus anunciara a Edom a sua ruína. Jeremias fez essa mesma profecia no capítulo 49.

Cinco anos mais tarde, Edom caiu diante da mesma Babilônia a que haviam ajudado. Ela seria como se nunca tivesse existido, tragada para sempre. Essa foi a profecia contra Edom. Mas Israel levantar-se-á novamente da sua presente queda. Possuirá não somente sua própria terra como também a Filístia e Edom. Regozijar-se-á finalmente no reinado santo do Messias prometido. Obadias, como outros profetas, prediz a vinda do Dia do Senhor e o estabelecimento do reino do Messias.

Uma semana abençoada para todos os irmãos, na Paz do Senhor Jesus Cristo!

Márcio Celso

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Editora Betel 2º Trimestre de 2023, ano 33 nº 127 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Jovens e Adultos – Professor – Gênesis – A segurança de viver pela fé nas promessas de Deus – Bispo Abner Ferreira.

Sociedade Bíblica do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e Corrigida.

Sociedade Bíblica do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e Atualizada.

Editora Vida – 2014 - Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso Eronildes Fernandes.

Editora Vida – 2014 – Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.

Editora Central Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D. Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.

Editora Central Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D. Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.

Editora Vida – 2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.

Editora Central Gospel – 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia – Leland Ryken, Philip Ryken e James Wilhoit.

Editora CPAD – 2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.

Editora Vida – 2014 – Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão internacional – Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.

Editora Mundo Cristão – 2010 – Comentário Bíblico Africano - editor geral Tokunboh Adeyemo.

Editora CPAD – 2010 – Comentário Bíblico Mathew Henry – Tradução: Degmar Ribas Júnior, Marcelo Siqueira Gonçalves, Maria Helena Penteado Aranha, Paulo José Benício.

Editora Mundo Cristão – 2011 - Comentário Bíblico Popular — Antigo e Novo Testamento - William MacDonald - editada com introduções de Art Farstad.

Editora Geográfica – 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Antigo Testamento – Volume 2 – Tradução: Susana E. Klassen.

Editora Geográfica – 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Novo Testamento – Volume 1 – Tradução: Susana E. Klassen.

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