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quinta-feira, 27 de julho de 2023

Lição 05 - 3º trimestre de 2023 - Obadias - o juízo divino virá

Lição 05 – 30 de julho de 2023 – Editora BETEL

 Obadias – o juízo divino virá

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Sobre Obadias

O livro de Obadias: O título desta breve profecia condida no livro mais curto do Antigo Testamento é: "Visão de Obadias". Quem tenha sido Obadias, não possuímos meios para saber. Seu nome significa "servo de Jeová" e diversos personagens têm esse nome no Antigo Testamento, mas nada existe para ligar este profeta com quaisquer dos outros Obadias. Quanto ao emprego do termo "visão", para descrever o conteúdo da profecia, e que lança luz sobre o modo pelo qual o profeta recebeu sua mensagem, compare-se com os versículos iniciais de Isaías, Ezequiel, Amós, Miquéias, Naum a Habacuque; ver também Números 12.6.

Esta profecia fala sobre "Edom". Edom é denunciada por seu orgulho, especialmente por sua falta de bondade fraternal para com Judá, e seu julgamento, no dia de Jeová, é predito juntamente com o de todas as outras nações.

No livro do profeta Obadias não é mencionada a sua genealogia, nem outro pormenor a seu respeito. Obadias é um nome bastante comum, e significa “servo do Senhor”. Doze ou treze pessoas com tal nome são mencionadas na Bíblia (1 Reis 18.3-16; 2 Crônicas 17.7; 34.12-13). Dependemos da data desta profecia para sabermos se o Obadias que escreveu este livro é citado noutra parte do Antigo Testamento. Como nenhum rei é mencionado, não sabemos com certeza a data em que foi escrito. A única alusão histórica diz respeito a uma ocasião em que os edomitas regozijaram-se com a invasão de Jerusalém, e até mesmo tomaram parte na divisão dos despojos (vide versículo 11-14). Não fica claro, porém, qual invasão Obadias tinha em mente. Houve cinco invasões de monta contra a cidade santa durante os tempos do Antigo Testamento: de Sisaque, rei do Egito, em 926 a.C., durante o reinado de Roboão (1 Reis 14.25-26); dos filisteus e árabes no reinado de Jorão, entre 848 e 841 a.C. (2 Crônicas 21.16-17); do rei Jeoás de Israel no reinado de Amazias, em 790 a.C. (2 Reis 14.13-14); de Senaqueribe, rei da Assíria, no reinado de Ezequias, em 701 a.C. (2 Reis 18.13); dos babilônios entre 605 e 586 a.C. (2 Reis 24-25).

Acredita-se que Obadias tenha profetizado em conexão com a segunda. A destruição de Jerusalém por Nabucodonosor parece a menos provável, porque não há nenhum indício, no livro, da destruição completa de Jerusalém ou da deportação de seus habitantes. Os profetas que se referem à destruição de Jerusalém identificam sempre o inimigo como sendo Nabucodonosor, e não simplesmente “forasteiros” e “estranhos” (versículo 11). Sendo assim, a ocasião da profecia de Obadias é mais provavelmente a segunda das cinco invasões, quando filisteus e árabes se reuniram para pilhar a cidade. Por essa época, os edomitas, que se achavam sob o controle de Jerusalém, já haviam consolidado sua liberdade (2 Crônicas 21.8-10). Seu júbilo, motivado pela queda de Jerusalém, fica bem patente e compreensível. Levando-se em conta que o período do reinado de Jorão vai de 848 a 841 a.C., e que a pilhagem de Jerusalém já era realidade, considera-se 840 a.C. uma data provável à composição da profecia. Parte do contexto da profecia relembra Gênesis 25.19-34; 27.1; 28.9, isto é, a longa rivalidade entre Esaú (pai dos edomitas) e Jacó (pai dos israelitas). Embora leiamos em Gênesis a respeito da reconciliação entre ambos os irmãos (Gênesis 33), o ódio entre seus descendentes irrompia frequentemente em guerras no decurso da história bíblica (conforme Números 20.14-21; 1 Samuel 14.47; 2 Samuel 8.14; 1 Reis 11.14-22). Em consonância com suas hostilidades, os edomitas regozijaram-se com as adversidades de Jerusalém.

O ancestral epônimo dos edomitas foi Esaú (Gênesis 36.1, 8-9). Suas relações com seu irmão gêmeo, Jacó, pai da Judá, são descritas em Gênesis 25-36. Desde quando as crianças lutavam no ventre de sua mãe, foi-lhe dito pelo Senhor que "Duas nações há no ventre... e o maior servirá ao menor" (Gênesis 25.22 e seguintes). Subsequentemente, Esaú é pintado como alguém que "por um manjar vendeu o seu direito de primogenitura" (Hebreus 12.16), mostrando-se insensível para os valores espirituais. Nasceu dentro da aliança, mas falhou em apreciar o privilégio que lhe pertencia por direito de nascimento, deixando igualmente de receber as bênçãos acompanhantes. A estima em que Deus tinha Jacó e Esaú, respectivamente, é sucintamente expressa na declaração: "Amei a Jacó, e aborreci a Esaú" (Malaquias 1.2 e seguintes.; conforme Romanos 9.13).

Os Herodes, do Novo Testamento, eram edomitas, e eram fiéis ao seu caráter. Note-se como se mostravam insensíveis para a verdade espiritual, especialmente quando ela se mostrou corporificada em Jesus Cristo, a perfeita representação do Jacó e Judá (Ver especialmente, Mateus 2; Lucas 13.31 e seguintes; 23.8 e seguintes; Atos 12.21 e seguintes). Gênesis 36.8 nos relata que "Esaú habitou na montanha de Seir".

O monte Seir é frequentemente usado como sinônimo para a nação inteira de Edom, a qual se tornou a terra dos descendentes de Esaú. Edom é a área diretamente ao sul do mar Morto, especialmente a região montanhosa ao leste da Arabá (isto é, a depressão que liga o mar Morto ao Golfo de Acaba). A porção sul de Edom é a região de Temã, a qual, algumas vezes, também é usada, no Antigo Testamento, como sinônimo para toda Edom; e as duas principais cidades de Edom são Bozra e Sela (Petra); esta última significa "rocha", tanto no hebraico como no grego.

De Eziom-Geber, no golfo de Acaba, saía o "caminho do rei", que atravessava Edom até o norte. Era ao longo desse caminho que Moisés queria levar os filhos de Israel. O relato sobre a recusa de Edom, não dando a necessária permissão para tal, se encontra em Números 20.14-21 (conforme Deuteronômio 2.1-18). O antagonismo continuou mesmo depois dos israelitas se terem estabelecido em Canaã (ver, por exemplo, 2 Samuel 8.14; 2 Reis 14.7; 2 Crônicas 28.17), e encontramos os profetas a denunciar Edom constantemente. Quanto às principais profecias contra Edom, ver Isaías 34.5; Jeremias 49.7-22; Lamentações 4.21 e seguintes.; Ezequiel 25.12-14; 35; Joel 3.19; Amós 1.11 e seguintes. Um vívido quadro de julgamento a visitar Edom, nos é dado em Isaías 63.1-6, e algum tempo mais tarde encontramos uma olhada para a passada destruição de Edom em Malaquias 1.2-5. Houve recrudescências do poder e da influência de Edom após o encerramento do período do Antigo Testamento, mas, hoje em dia, as notáveis ruínas de Petra são tudo quanto resta da grandeza de Edom.

Quanto à participação de Edom no saque de Jerusalém, em 586 a.C., ver especialmente Ezequiel 35.5,12,15 e Salmo 137.7. Essa participação de Edom não é mencionada nos livros históricos, embora facilmente possa ser encaixada ali, como, por exemplo, nos assaltos saqueadores descritos em 2 Reis 24.2.

Esaú e Edom ocupam um lugar de profunda significação na revelação divina da verdade. Essa significação é focalizada agudamente nesta breve profecia de Obadias. O pano de fundo do quadro que nos é exposto por Obadias é Jacó; o primeiro plano é Esaú. Jacó e os que dele descenderam são vistos a passar pelos sofrimentos, da natureza de castigo, mas daí seguem para a restauração final. Esaú é contemplado como um orgulhoso, um rebelde, um desafiador, encaminhando-se para a destruição final. Podemo-nos regozijar que, no dia do Senhor, "o reino será do Senhor", mas não devemos deixar de acatar o exemplo de Esaú, pois, afinal de contas, "Não foi Esaú irmão de Jacó?" (Malaquias 1.2). Em o Novo Testamento, o escritor do livro de Hebreus nos exorta a "Tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem... profano, como Esaú... Porque bem sabeis que, querendo ele ainda depois herdar a bênção, foi rejeitado, porque não achou lugar do arrependimento..." (Hebreus 12.15 e seguintes).

Embora o Novo Testamento não se refira diretamente a Obadias, a inimizade tradicional entre Esaú e Jacó, que subjaz a este livro, também é mencionada no Novo Testamento. Paulo refere-se à inimizade entre Esaú e Jacó em Romanos 9.10-13, mas passa a lembrar da mensagem de esperança de que Deus nos dá: todos os que se arrependerem de seus pecados, tanto judeus quanto gentios, e invocarem o nome do Senhor, serão salvos (Romanos 10.9-13; 15.7-12).

O livro refere-se ao destino dos filhos gêmeos de Isaque e Rebeca, cujo casamento foi um dos mais célebres da Bíblia (Gênesis 24). Todavia, a ênfase do livro está em Esaú, por intermédio de quem Isaque insistia que a bênção continuasse, apesar de Deus já ter selecionado Jacó (Gênesis 25.23) A preferência de Isaque por Esaú parecia ser a melhor escolha, de conformidade com as atividades de ambos em Gênesis. Mas a história decorrente de independência, vingança e violência dos descendentes de Esaú demonstram o perigo das escolhas humanas em oposição às divinas.

Apesar de descenderem de dois irmãos gêmeos, as nações de Edom e Israel tornaram-se inimigas rancorosas e implacáveis. Essa inimizade começou muito antes com uma "raiz de amargura" que se tornou uma inimizade mútua, nacional, jamais reconciliada (Hebreus 12.15-17.) Ironicamente, começou num lar piedoso, onde o favoritismo foi demonstrado pelos pais, e provocou intensa rivalidade entre os rapazes e amarga contenda entre os seus descendentes (Gênesis 25.28 e seguintes; 27.41.) Aquela inimizade no seio de uma família ainda produz manchetes internacionais no Oriente Médio, lembrando-nos do princípio afirmado por Tiago: "Vede como uma fagulha põe em brasas tão grande selva" (Tiago 3.5).

A mensagem do livro não pode ser apreciada adequadamente sem o pleno conhecimento do passado. Obadias não é apenas o menor livro do Antigo Testamento, mas provavelmente também o de mais longa introdução. A seguir, alguns pontos culminantes da história de Edom:

(a) A história começa com a disputa entre os irmãos gêmeos, na qual Jacó e sua mãe planejam arrancar de Esaú o seu direito de primogenitura e bênção (Gênesis 25, 27).

(b) A inimizade e amargura de vinte anos diminuiu um pouco quando Jacó teve um encontro com Deus, ao voltar de Padã-Arã (Gênesis 32, 33).

(c) Sua inimizade tornou-se nacional quando Israel voltou do Egito, apesar de o Senhor ter ordenado a Israel que não se vingasse (Números 20.14-21; Deuteronômio 2.5).

(d) Essa inimizade entre Israel e Edom continuou por 1000 anos, de Moisés a Malaquias, envolvendo muitas escaramuças de menor importância.

(e) Os edomitas foram condenados por muitos profetas: Números 24.18-19; Isaías 11.14; Jeremias 49.7-22; Ezequiel 25.12-14; Joel 3.19; Amós 1.11-12; Malaquias 1.3-4.

(f) Mateus apresenta a história de Jesus em Mateus 1-2 com o registro da intensa inimizade de Herodes, o edomita, que se tinha tornado rei de Israel. Aquela inimizade pode ser notada em diversas gerações da dinastia herodiana: Herodes, o Grande, procurou assassinar a Jesus (Mateus 2.16); Herodes Antipas tinha assassinado a João Batista, procurado matar a Jesus, e humilhou-o cruelmente no julgamento da sua morte (Mateus 14.10; Lucas 13.31; 23.11); Herodes Agripa I matou a Tiago e tentou matar a Pedro (Atos 12.1 e seguintes).

(g) A nação de Edom (Iduméia), como Israel, extinguiu-se depois da invasão e expurgo romanos em 70 d.C., sendo que os romanos a incorporaram à Arábia Pétrea.

(h) Os edomitas são evidentemente muito criticados pelos profetas devido à sua renovada preeminência nos últimos dias, pois serão eles os inimigos que o Messias destruirá quando vier em julgamento (Isaías 34.18; 63.1-4; Malaquias 1.4).

(i) Essa destruição final será completa e perpétua, embora outros antigos vizinhos de Israel sejam restaurados (Isaías 19.23-25; Jeremias 49.13; Ezequiel 35.9; Obadias 9; Malaquias 1.4).

Obadias é a síntese do último capítulo da história, como se fosse a conclusão dos livros sobre Edom. Foi um povo que podia ter se tornado grande, tendo sido dotado de rara sabedoria e força, mas "vendeu o seu direito de primogenitura" por desprezar a Palavra de Deus e o povo escolhido por Deus. Os edomitas permitiram que um antigo ciúme se transformasse em amargura e vingança, incorrendo no eterno julgamento divino. São extremamente raros os edomitas de renome, tais como Doegue, que matou os sacerdotes de Nobe, Hadade, inimigo de Davi, e Herodes, que tentou matar o Messias (1 Samuel 22.18; 1 Reis 11.14 e seguintes; Mateus 2.16).

Por causa do orgulho e do ódio cruel de Edom, foi decretada sua destruição. “Se te elevares como águia e puseres o teu ninho entre as estrelas, dali te derrubarei, diz o Senhor” (versículo 4). Nada podia salvar essa nação criminosa. Seu povo foi expulso das casas na rocha, cinco anos após a destruição de Jerusalém, quando o rei Nabucodonosor, ao passar pelo Vale de Arabá, que constituía a entrada militar para o Egito, esmagou os edomitas. Deixaram de existir como nação cerca do ano 150 a.C. E seu nome pereceu com a captura de Jerusalém pelos romanos. “Como tu fizeste, assim se fará contigo” (versículo 15).

O livro termina com a promessa de livramento para Sião. “E os da casa de Jacó possuirão as suas herdades” (versículo 17). O primeiro passo para o futuro restabelecimento dos judeus é a recuperação daquilo que já lhes pertenceu.

O povo escolhido de Deus acabava de ser levado para o cativeiro por Nabucodonosor. A Terra Santa estava deserta, e Deus anunciara a Edom a sua ruína. Jeremias fez essa mesma profecia no capítulo 49.

Cinco anos mais tarde, Edom caiu diante da mesma Babilônia a que haviam ajudado. Ela seria como se nunca tivesse existido, tragada para sempre. Essa foi a profecia contra Edom. Mas Israel levantar-se-á novamente da sua presente queda. Possuirá não somente sua própria terra como também a Filístia e Edom. Regozijar-se-á finalmente no reinado santo do Messias prometido. Obadias, como outros profetas, prediz a vinda do Dia do Senhor e o estabelecimento do reino do Messias.

Uma semana abençoada para todos os irmãos, na Paz do Senhor Jesus Cristo!

Márcio Celso

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Editora Betel 2º Trimestre de 2023, ano 33 nº 127 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Jovens e Adultos – Professor – Gênesis – A segurança de viver pela fé nas promessas de Deus – Bispo Abner Ferreira.

Sociedade Bíblica do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e Corrigida.

Sociedade Bíblica do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e Atualizada.

Editora Vida – 2014 - Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso Eronildes Fernandes.

Editora Vida – 2014 – Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.

Editora Central Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D. Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.

Editora Central Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D. Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.

Editora Vida – 2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.

Editora Central Gospel – 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia – Leland Ryken, Philip Ryken e James Wilhoit.

Editora CPAD – 2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.

Editora Vida – 2014 – Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão internacional – Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.

Editora Mundo Cristão – 2010 – Comentário Bíblico Africano - editor geral Tokunboh Adeyemo.

Editora CPAD – 2010 – Comentário Bíblico Mathew Henry – Tradução: Degmar Ribas Júnior, Marcelo Siqueira Gonçalves, Maria Helena Penteado Aranha, Paulo José Benício.

Editora Mundo Cristão – 2011 - Comentário Bíblico Popular — Antigo e Novo Testamento - William MacDonald - editada com introduções de Art Farstad.

Editora Geográfica – 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Antigo Testamento – Volume 2 – Tradução: Susana E. Klassen.

Editora Geográfica – 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Novo Testamento – Volume 1 – Tradução: Susana E. Klassen.

Lição 05 - 30 de julho de 2023 - Slides

Obadias - o juízo divino virá

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Lição 01 - 3º trimestre de 2023 - Mensagens proféticas - Deus continua falando

Lição 01 – 02 de julho de 2023 – Editora BETEL

Mensagens proféticas – Deus continua falando

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HINOS SUGERIDOS

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Sobre os profetas de Deus

Temos, agora, através da Revista Betel do 3º trimestre de 2023, diante de nós os doze profetas menores, os quais alguns dos antigos, ao avaliarem os livros do Antigo Testamento, reúnem todos juntos, e os consideram como um único livro.

Eles são chamados de profetas menores, não porque seus escritos sejam menores em autoridade ou utilidade do que os escritos dos profetas maiores, ou como se Deus tivesse menos consideração por estes profetas, mas somente porque eles são mais curtos, e menores em volume do que os outros. Estes profetas pregaram tanto quanto os outros, mas não escreveram tanto, nem está registrada boa parte da sua pregação. Muitos profetas excelentes não escreveram nada, e outros apenas um pouco; no entanto, todos foram muito úteis em seus dias.

E assim, na igreja cristã existiram muitas luzes ardentes e brilhantes que não são conhecidas pela posteridade pelos escritos, mas que não foram de modo algum inferiores em dons, e graças, e utilidade para a sua própria geração, do que aqueles que são conhecidos; e alguns que deixaram para trás apenas um pouco, e não aparecem como figuras importantes entre os autores, foram homens tão valiosos quanto os autores volumosos. Estes doze profetas pequenos, diz Flávio Josefo, foram colocados em um único volume pelos homens da grande sinagoga no tempo de Esdras, um grupo de homens instruídos e piedosos, do qual supõem-se que os três últimos destes doze profetas tenham sido membros.

Estas são as porções que restaram das Escrituras inspiradas que foram espalhadas. Os antiquários valorizam a fragmenta veterum - os fragmentos da antiguidade; estes são os fragmentos de profecia, que estão reunidos cuidadosamente pela Providência divina e pelo cuidado da igreja, para que nada seja perdido, como as curtas epístolas de Paulo, depois das suas longas epístolas. O filho de Siraque (Eclesiástico 49.10 – Bíblia de Jerusalém), fala destes doze profetas com respeito, como homens que fortaleceram Jacó.

Nove destes profetas profetizaram antes do cativeiro, e os últimos três depois do retorno dos judeus para a sua própria terra. Há alguma diferença na ordem desses livros. Foram colocados como os antigos hebreus os colocaram; e todos concordam em colocar Oséias primeiro; mas a questão da idade não é essencial. E, se desejarmos colocá-los em ordem cronológica, encontraremos dificuldades, pois a idade de alguns deles não é conhecida com certeza.

2 Pedro 1.20-21. Vemos aqui uma de duas declarações importantes das Escrituras acerca da inspiração divina da Palavra de Deus. A outra passagem é 2 Timóteo 3.14-17. Pedro afirma que as Escrituras não foram redigidas por homens que usaram as próprias idéias e palavras, mas sim por homens de Deus "movidos pelo Espírito Santo". O termo traduzido por "movidos" significa "ser conduzido, como uma embarcação é levada pelo vento". As Escrituras não foram inventadas por homens, mas sim inspiradas por Deus.

Mais uma vez, Pedro refuta as doutrinas dos apóstatas. Ensinavam com "palavras fictícias" (2 Pedro 2.3) e distorciam as Escrituras de modo a fazê-las significar outra coisa (2 Pedro 3.16). Negavam a promessa da vinda de Cristo (2 Pedro 3.3-4) e, desse modo, contradiziam as próprias Escrituras proféticas.

Uma vez que foi o Espírito quem deu a Palavra, somente o Espírito pode ensinar e interpretar a Palavra corretamente (ver 1 Coríntios 2.14-15). É evidente que todo falso mestre afirma ser "guiado pelo Espírito", mas logo é desmascarado pela forma como maneja a Palavra de Deus. Uma vez que a Bíblia não veio a existir pela volição humana, também não pode ser compreendida pela volição humana. Até mesmo Nicodemos, um homem religioso e líder dos judeus, mostrou-se ignorante das doutrinas mais essenciais da Palavra de Deus (João 3.10-12).

Em 2 Pedro 1.20, Pedro não proíbe o cristão de estudar a Bíblia sozinho. Alguns grupos religiosos ensinam que somente os "líderes espirituais" podem ensinar as Escrituras e usam esse versículo para defender tal idéia. Mas Pedro não está escrevendo primeiramente sobre a interpretação das Escrituras, mas sim sobre sua origem: são provenientes do Espírito Santo por meio de homens santos de Deus. E, uma vez que vieram do Espírito, devem ser ensinadas pelo Espírito.

A palavra traduzida por "particular" significa "pertencente a alguém" ou "próprio". Essa afirmação sugere que, uma vez que todas as Escrituras foram inspiradas pelo Espírito, devem apresentar coerência, e nenhum de seus textos pode ser separado do todo. Ao isolar um versículo de seu contexto verdadeiro, é possível usar a Bíblia para provar praticamente qualquer coisa, sendo essa, exatamente, a abordagem empregada pelos falsos mestres. Pedro afirma que o testemunho dos apóstolos confirmou o testemunho da Palavra profética; trata-se de uma mensagem sem contradições. Portanto, a única maneira de os falsos mestres "provarem" suas doutrinas heréticas é pelo uso indevido da Palavra de Deus. Textos isolados fora de seu contexto transformam-se em pretexto.

A Palavra de Deus foi escrita para pessoas comuns, não para professores de teologia. Os autores partiram do pressuposto de que suas palavras seriam lidas, compreendidas e aplicadas por gente comum, guiada pelo mesmo Espírito Santo que inspirou tais palavras. Até o cristão mais humilde pode aprender sobre Deus ao ler e meditar acerca da Palavra de Deus; não precisa de "especialistas" para lhe mostrar a verdade, No entanto, isso não nega o ministério dos mestres na Igreja (Efésios 4.11), pessoas especiais que têm o dom de explicar e aplicar as Escrituras. Também não nega a "sabedoria coletiva" da Igreja, uma vez que, no decorrer das eras, essas doutrinas foram definidas e refinadas. Os mestres e os credos têm seu lugar, mas não devem usurpar a autoridade da Palavra, substituindo-a pela consciência do cristão individual.

Até o dia amanhecer, é preciso certificar-se de que o amor pela vinda de Cristo é como uma estrela resplandecente no coração (2 Pedro 1.19). Quem ama Sua vinda espera por ela; e é a Palavra que mantém acesa essa expectativa.

Os homens morrem, mas a Palavra vive. As experiências passam, mas a Palavra permanece. O mundo escurece, mas a luz profética resplandece cada vez mais. O cristão que edifica a vida na Palavra de Deus e que espera a vinda do Salvador dificilmente será enganado por falsos mestres. Antes, será ensinado pelo Espírito e firmado na Palavra fiel de Deus.

A mensagem de Pedro é: "despertem e lembrem-se!". Há igrejas que dão espaço para o diabo atuar. O inimigo da parábola em Mateus 13.24 a seguir semeou o joio enquanto os homens dormiam.

O apóstolo insta-nos a permanecer alertas. "Despertem e lembrem-se!".

2 Pedro 1.16-21. O tema central deste parágrafo é a transfiguração de Jesus Cristo. Essa experiência é relatada por Mateus 17.1 a seguir, Marcos 9.28 e Lucas 9.28-36; no entanto, nenhum desses autores estava presente quando ela ocorreu! Mas Pedro estava lá! Aliás, suas palavras nesta seção (2 Pedro 1.12-18) trazem à memória exatamente sua experiência no monte da transfiguração. Ele usa o termo "tabernáculo" duas vezes (2 Pedro 1.13-14), sugerindo suas palavras no monte: "Farei aqui três tendas" (Mateus 17.4). Em 2 Pedro 1.15, usa o termo "partida", exodus em grego, palavra usada em Lucas 9.31. Jesus não considerou sua morte na cruz uma derrota, mas sim um "êxodo": livraria seu povo da escravidão da mesma forma que Moisés livrara o povo de Israel do Egito! Pedro descreve a própria morte como um "êxodo", uma libertação da escravidão.

Convém observar o uso repetitivo da primeira pessoa do plural em 2 Pedro 1.16-19. Trata-se de uma referência a Pedro, Tiago e João - os únicos apóstolos que acompanharam Jesus no monte da transfiguração (João refere-se a essa experiência em João 1.14: "e vimos a sua glória"). Esses três homens só compartilharam com os outros o que havia ocorrido no monte depois da ressurreição de Jesus (Mateus 17.9).

Qual foi o significado da transfiguração? Em primeiro lugar, confirmou o testemunho de Pedro acerca de Jesus Cristo (Mateus 16.13-16). Pedro viu o Filho em sua glória e ouviu o Pai dizer do céu: "Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo" (2 Pedro 1.17).

Não testemunhamos pessoalmente a transfiguração, mas Pedro estava lá e apresenta um registro preciso de sua experiência na carta que escreveu inspirado pelo Espírito de Deus. As experiências passam, mas a Palavra de Deus permanece! As experiências são subjetivas, mas a Palavra de Deus é objetiva. As experiências podem ser interpretadas de diferentes formas pelos vários participantes, mas a Palavra de Deus apresenta uma única mensagem clara. As memórias de nossas experiências podem ser distorcidas inconscientemente, mas a Palavra de Deus não muda e permanece para sempre.

Ao estudar 2 Pedro, vemos que os mestres apóstatas tentavam fazer o povo desviar-se da Palavra de Deus e buscar "experiências mais profundas" contrárias à Palavra. Esses falsos mestres usavam "palavras fictícias" em vez da Palavra inspirada de Deus (2 Pedro 2.3) e ensinavam "heresias destruidoras" (2 Pedro 2.1). Em outras palavras, trata-se de uma questão de vida ou morte! Quem crê na verdade vive, mas quem crê em mentiras morre. É a diferença entre a salvação e a condenação.

Convém lembrar a declaração maravilhosa de Pedro no início desta epístola acerca da "fé igualmente preciosa". Isso significa que nossa fé é tão preciosa quanto a dos apóstolos! Eles não viajaram de primeira classe e nos deixaram aqui para viajar de classe econômica. Pedro escreve "aos que conosco obtiveram fé igualmente preciosa" (grifo nosso). Não estamos no monte da transfiguração, mas ainda assim podemos nos beneficiar dessa experiência ao meditar sobre ela e permitir que o Espírito de Deus revele as glórias de Jesus Cristo.

Por meio desses contrastes, aprendemos duas verdades importantes: os homens morrem, mas a Palavra de Deus continua sempre viva; as experiências passam, mas a Palavra de Deus permanece.

Uma semana abençoada para todos os irmãos, na Paz do Senhor Jesus Cristo!

Márcio Celso

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Editora Betel 2º Trimestre de 2023, ano 33 nº 127 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Jovens e Adultos – Professor – Gênesis – A segurança de viver pela fé nas promessas de Deus – Bispo Abner Ferreira.

Sociedade Bíblica do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e Corrigida.

Sociedade Bíblica do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e Atualizada.

Editora Vida – 2014 - Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso Eronildes Fernandes.

Editora Vida – 2014 – Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.

Editora Central Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D. Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.

Editora Central Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D. Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.

Editora Vida – 2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.

Editora Central Gospel – 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia – Leland Ryken, Philip Ryken e James Wilhoit.

Editora CPAD – 2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.

Editora Vida – 2014 – Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão internacional – Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.

Editora Mundo Cristão – 2010 – Comentário Bíblico Africano - editor geral Tokunboh Adeyemo.

Editora CPAD – 2010 – Comentário Bíblico Mathew Henry – Tradução: Degmar Ribas Júnior, Marcelo Siqueira Gonçalves, Maria Helena Penteado Aranha, Paulo José Benício.

Editora Mundo Cristão – 2011 - Comentário Bíblico Popular — Antigo e Novo Testamento - William MacDonald - editada com introduções de Art Farstad.

Editora Geográfica – 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Antigo Testamento – Volume 2 – Tradução: Susana E. Klassen.

Editora Geográfica – 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Novo Testamento – Volume 1 – Tradução: Susana E. Klassen.

Lição 01 - 02 de julho de 2023 - Slides

Mensagens proféticas - Deus continua falando

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quinta-feira, 20 de julho de 2023

Lição 04 - 3º trimestre de 2023 - Amós - é tempo de buscar ao Senhor de todo o coração

Lição 03 – 23 de julho de 2023 – Editora BETEL

Amós – é tempo de buscar ao Senhor de todo o coração

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Sobre Amós

O livro de Amós: Uzias ocupava o trono de Judá nos tempos em que Amós profetizava, e Jeroboão II era o rei de Israel. O reinado de ambos coincide com o período que vai de 767-753 a.C. É mais provável que Amós tenha profetizado entre 760-755 a.C. Foi uma época de grande prosperidade.

Se o profeta Amós viesse para nosso mundo de hoje, é provável que se sentisse em casa, pois viveu numa época parecida com a nossa quando a sociedade estava passando por transformações radicais. Tanto Israel quanto Judá estavam em paz com seus vizinhos, o que significava que suas riquezas e energias podiam ser usadas para desenvolver a nação em vez de combater os inimigos.

Os dois reinos eram prósperos, suas cidades estavam se expandindo rapidamente, e uma nova classe de comerciantes ricos desenvolvia-se na sociedade. Os dois reinos estavam passando de sociedade agrícola para sociedade comercial e experimentavam os benefícios e problemas decorrentes dessa transformação.

Amós e Oséias profetizaram para Israel (Reino do Norte) e Isaías para Judá (Reino do Sul). Nesse período a Assíria ainda não havia surgido como uma potência conquistadora. A idéia de uma ruína que se aproximava parecia improvável para eles. Gozavam de um período de paz. As nações ao redor não eram bastante fortes para lhes causar problemas. Só pensavam em prazeres e divertimentos. Deus procurou despertar o seu povo para o perigo, por isso mandou duas testemunhas, Oséias e Amós.

Amós temia tanto a Deus que não receava mais ninguém. Ele proclamou uma mensagem muito avançada para seu tempo. Entre os males que Amós denunciou estão exatamente os mesmos de nossa época.

Autoria

O autor é o próprio profeta. Amós é um dos muitos exemplos de um homem que Deus chamou, quando estava ocupado em seus afazeres diários. Deus chamou-o com o cajado de pastor na mão, e o mandou reunir o seu povo. Amós era de Tecoa, aldeia situada cerca de vinte quilômetros ao sul de Jerusalém. Não era profeta, nem filho de profeta. Não era sacerdote, nem membro da escola de profetas, mas boiadeiro e colhedor de sicômoros. Seu nome significa “carregado” ou “carregador de fardos”.

Tema

Durante o ministério de Amós, o Reino do Norte achava-se em seu apogeu quanto à expansão territorial, a paz política e a prosperidade nacional. Internamente, porém, estava podre. A idolatria estava no auge. O povo preocupava-se somente com os prazeres mundanos. A hipocrisia e a imoralidade reinavam. Amós levanta-se para proclamar a justiça, a retidão e a retribuição divina pelo pecado.

Mensagem

A prosperidade de Israel servia apenas para aprofundar a corrupção da nação. Ao ser enviado a Betel, Amós proclamou a seguinte mensagem: “Arrependam-se ou pereçam”. Com isso o profeta foi expulso da cidade, e proibido de ali profetizar. Sua mensagem era advertir ao povo sobre o juízo divino, a não ser que se arrependessem da idolatria, imoralidade e injustiça.

Juízo contra as nações

Este humilde pregador do campo deixou seu lar em Judá e viajou trinta e cinco quilômetros até Betel, no Reino do Norte, para pregar a Israel. Deus queria que o reino de Israel ouvisse uma palavra de advertência. A idolatria predominava em Betel. Tinham substituído o culto a Jeová pela adoração de bezerros. O povo não sentia necessidade de pregação. Amós começou a pregar às multidões reunidas em Betel, porque era dia de festa sagrada. Proclamava o juízo do Senhor sobre seis nações vizinhas: Damasco (Síria), Gaza (Filístia), Tiro (Fenícia), Edom, Amom e Moabe. Depois chegou mais perto e pronunciou juízo contra Judá e contra o próprio Israel. Amós foi hábil na transmissão da mensagem.

O porquê do juízo sobre essas nações: Damasco, é ameaçada por ter invadido Israel (Amós 1.3 e 2 Reis 10.32-33); Gaza e Tiro, conspiraram com Edom na invasão de Judá (Amós 1.6-9 e 2 Crônicas 21.16-17; 28.18); Edom, continuaram com a hostilidade (Amós 1.11, Obadias 10-12); Amom, atacou Gileade (Amós 1.13); Moabe, praticou ações abomináveis, pagãs (Amós 2.1, 2 Reis 3.27); Judá, esqueceu-se da lei de Deus (Amós 24.2; 2 Crônicas 36.19; 2 Reis 25.9); Israel, voltou-se para a injustiça (Amós 2.6; 2 Reis 17.17-23).

Terminando o capítulo dois, o profeta diz: “Eis que eu vos apertarei no vosso lugar como se aperta um carro cheio de manolhos (feixes)” (Amós 2.13). Em consequência do pecado, a ira de Deus, cairia sobre o iníquo Israel. Os que se consideravam fortes, independentes e bravos, desmoronariam, e seriam esmagados pela cólera divina.

Três mensagens proféticas a Israel

Amós foi chamado para anunciar o castigo que viria com certeza. Se os homens rejeitam as contínuas advertências de Deus, terão de ser punidos. Amós acusou a Israel de ser ganancioso, impuro e profano; de defender-se e desculpar-se por ser o povo escolhido de Deus. A primeira série de punições relacionava-se com os pecados das seis nações que cercam Israel. Depois o profeta passa para Judá e Israel. Amós condenou a Israel, nação escolhida. Conheciam a lei de Deus, por isso o seu pecado era maior. Ele fala da sua injustiça na administração da lei: “Vendiam o justo por dinheiro”. Os ricos eram cruéis e desejavam ver os pobres oprimidos.

Nesses capítulos, 3 a 6, Amós entrega três mensagens ousadas, iniciando cada uma delas com a expressão: “Ouvi esta palavra”. Na primeira, Deus julga Israel como um povo privilegiado, a quem Ele livrara do Egito: “De todas as famílias da terra a vós somente conheci; portanto, todas as vossas injustiças visitareis sobre vós” (Amós 3.2). Na segunda mensagem começa tratando as mulheres ricas de Israel de “Vacas de Basã (...) que oprimis os pobres, que quebrantais os necessitados, que dizei a seus senhores: dai cá e bebamos” (Amós 4.1). Esse era o quadro, traçado pelo profeta, dessas mulheres cruéis e impiedosas.

Amós profetiza que elas seriam levadas ao cativeiro com anzóis de pesca, como o justo juízo de Deus requeria. A terceira mensagem (cap. 5 e 6) alista as abominações de Israel. Até mesmo os sacrifícios religiosos e as festas tornaram-se abomináveis. Deus disse: “Aborreço, desprezo as vossa festas” (Amós 5.21). Quando faziam suas peregrinações de Gilgal a Betel, aumentavam o seu pecado, porque era uma forma exterior de devoção, misturada à idolatria (Amós 5.4-6). Deus requer uma conduta digna dele, e não meros sacrifícios vazios. Amós chama a atenção ao fato de Deus ter mandado seca, praga e terremotos. Ainda assim não se arrependeram.

Amós, pois, conclama o povo ao arrependimento: “Ai dos que repousam em Sião” (Amós 6.1), pois a ruína estava prestes a se abater sobre eles.

Visões acerca do futuro

Amós recebeu cinco visões acerca do futuro. As duas primeiras visões sobre o iminente castigo divino contra Israel. Viria na forma de gafanhotos (Amós 7.1) e de calor intenso (Amós 7.4). E assim, a terra seria completamente devorada; a fome seria generalizada. O profeta intercedeu em favor do povo, fazendo com que Deus adiasse o castigo. A terceira visão (Amós 7-9) de Amós mostra Deus medindo Israel com um prumo. Era este composto por um barbante tendo um peso amarrado numa das pontas. Israel foi achado fora do prumo, com o risco de entrar em colapso. A quarta visão descreve Israel como um cesto de frutos em franco estado de putrefação. O juízo divino já se fazia arder (Amós 8.1-14). A visão final mostra Deus em pé ao lado do altar, pronto a ferir Samaria e o reino decadente do qual era capital (Amós 9.1-10).

O livro de Amós termina com a promessa de que Israel não seria totalmente destruída. O profeta prevê um dia em que a nação seria restaurada à sua terra e abençoaria a todas as nações. O Senhor será o seu Deus!

O falso profeta expulsa Amós de Israel

Não sabemos quanto tempo Amós pregou em Betel; sabemos apenas que o povo ouviu a sua destemida mensagem. Quando Amós falava da destruição das nações vizinhas eles o aplaudiam com entusiasmo. Então, Amazias, sacerdote de Betel, não podendo levantar-se contra a pregação de Amós, procurou o apoio do rei. Mandou este relatório ao rei: “Amós tem conspirado contra ti no meio da casa de Israel a terra não poderá sofrer todas as suas palavras. Porque assim diz Amós: Jeroboão morrerá à espada” (Amós 7.10-11). Amazias disse a Amós que voltasse à sua terra e cuidasse da sua vida. O falso profeta fez Amós silenciar e ser expulso de Israel. O verdadeiro profeta de Deus não teve liberdade de palavra. Quando Amós viu que Israel não ia ouvi-lo, regressou a Judá e pôs os seus escritos em forma de livro, para que o povo todo pudesse ler e entender.

O povo de Israel amava os cultos religiosos, mas não amava o Deus a quem dizia adorar. Naquele tempo, era moda fazer uma peregrinação a Betel ou a Gilgal, e ninguém queria ficar para trás. Não havia confissão de pecados nem quebrantamento perante o Senhor, só a participação em um evento religioso que levava os participantes a se sentirem bem. O sistema todo era corrupto; o povo estava pecando enquanto pensava servir ao Senhor.

A aplicação para a Igreja de hoje fica clara. E muito fácil participar de um grande grupo religioso, cheio de entusiasmo para cantar, colocar dinheiro nas sacolas de ofertas e, ainda assim, não mudar nada em nosso coração. A prova da experiência espiritual não é: "Isso me faz sentir bem?" ou: "A igreja estava cheia e o culto foi agradável?" A verdadeira prova é: "Estou aprendendo mais de Deus e me tornando mais semelhante a Cristo?".

O povo do tempo de Amós não voltava para casa decidido a ajudar os pobres, a dar de comer aos famintos e a cuidar das viúvas e dos órfãos. Voltava com o mesmo coração endurecido com que havia saído de casa, pois sua "adoração" não passava de um ritual vazio (Isaías 1.11-17). Qualquer "reavivamento" religioso que não muda as prioridades dos cristãos nem ajuda a resolver os problemas da sociedade não é, de fato, "reavivamento".

E interessante que Amós tenha mencionado a música, pois essa é uma parte importante do culto na igreja. Contudo, aquilo que para os judeus era uma bela música, para Deus não passava de barulho ("estrépito"; Amós 5.23). Hoje em dia, as pessoas pagam uma fortuna por ingressos para "shows de música gospel" e, no entanto, não frequentam estudos bíblicos nem encontros de edificação gratuitos em sua própria igreja. A música cristã da atualidade é um grande negócio, mas, quanto dessa música glorifica, de fato, ao Senhor? Aquilo que consideramos música pode não passar de barulho para o Senhor.

Quer seja evangelismo, educação, trabalho social ou missões, tudo o que a igreja realiza para o Senhor vem da adoração. Se o manancial da adoração for poluído, o ministério inteiro da igreja será contaminado. Como os judeus do tempo de Amós, estamos apenas indo a Betel e pecando, ou somos verdadeiros adoradores? Assim, cabe ao povo de Deus examinar seu coração e certificar-se de que suas motivações são corretas e de que aquilo que se faz nos cultos glorifica ao Senhor.

Amós encerrou sua mensagem com uma doxologia de adoração ao Senhor (Amós 4.13; ver 5.8-9; 9.5-6). Quando um servo de Deus louva ao Senhor diante das calamidades iminentes, isso mostra que ele é uma pessoa de grande fé (ver Habacuque 3.16-19). Nessa doxologia, o profeta nos lembra de que nosso Deus é o Criador que pode fazer qualquer coisa, inclusive criar a Terra a partir do nada. Pode transformar a aurora em trevas; pode pisar sobre montanhas, e ninguém é capaz de detê-lo. Também é o Deus onisciente que sabe o que pensamos, de modo que não há nada que possamos esconder dele (Salmo 139.1-6). Ele é o Senhor dos Exércitos, o Deus das hostes dos céus e da Terra!

Mas será que hoje o povo de Deus está mais preparado?

Uma semana abençoada para todos os irmãos, na Paz do Senhor Jesus Cristo!

Márcio Celso

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Editora Betel 2º Trimestre de 2023, ano 33 nº 127 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Jovens e Adultos – Professor – Gênesis – A segurança de viver pela fé nas promessas de Deus – Bispo Abner Ferreira.

Seminário Evangélico para o Aperfeiçoamento de Discípulos e Obreiros do Reino - SEMEADOR - Profetas Menores - Niterói, 2002.

Sociedade Bíblica do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e Corrigida.

Sociedade Bíblica do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e Atualizada.

Editora Vida – 2014 - Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso Eronildes Fernandes.

Editora Vida – 2014 – Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.

Editora Central Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D. Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.

Editora Central Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D. Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.

Editora Vida – 2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.

Editora Central Gospel – 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia – Leland Ryken, Philip Ryken e James Wilhoit.

Editora CPAD – 2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.

Editora Vida – 2014 – Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão internacional – Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.

Editora Mundo Cristão – 2010 – Comentário Bíblico Africano - editor geral Tokunboh Adeyemo.

Editora CPAD – 2010 – Comentário Bíblico Mathew Henry – Tradução: Degmar Ribas Júnior, Marcelo Siqueira Gonçalves, Maria Helena Penteado Aranha, Paulo José Benício.

Editora Mundo Cristão – 2011 - Comentário Bíblico Popular — Antigo e Novo Testamento - William MacDonald - editada com introduções de Art Farstad.

Editora Geográfica – 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Antigo Testamento – Volume 2 – Tradução: Susana E. Klassen.

Editora Geográfica – 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Novo Testamento – Volume 1 – Tradução: Susana E. Klassen.