Lição 13 – 24 de setembro de 2023 – Editora BETEL
Malaquias – um alerta sobre o perigo da prática religiosa vazia e sem vida
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Sobre Malaquias
Data: Não é possível
fixar a data da escrita do livro de Malaquias com qualquer exatidão. Sabemos
por suas referências ao templo e aos sacerdotes, que ele viveu após o retorno
do exílio babilônico e após a reconstrução do templo (516 a.C.). A referência
em Malaquias 1.3, a um assalto contra Edom, não nos ajuda a fixar sua data,
visto que tais ataques ocorreram em grande número no quinto e quarto século
a.C. Nem a palavra "príncipe", em Malaquias 1.8, necessariamente se refere a algum governante persa.
Entretanto, o estado de coisas durante o ministério do profeta é semelhante ao
que é pressuposto pelas reformas de Esdras e Neemias, e muitos eruditos são da
opinião que o livro foi escrito pouco antes da chegada de Esdras. Essa data
(cerca 460 a.C.) é mui geralmente aceita.
Pano de fundo: Os
judeus tinham retornado do exílio impulsionados por altas esperanças. Inspirados
por Ageu e Zacarias, haviam reconstruído o templo. Esse edifício não
possuía a glória do templo original, que havia sido destruído pelos babilônios,
mas servia para seu propósito. Mas, com a passagem dos anos, os judeus
foram ficando desiludidos. A prosperidade prometida não retornava. A vida
era difícil. Estavam cercados por inimigos, como os samaritanos, os quais procuravam
impedi-los em cada oportunidade. Sofriam por causa da seca e das más
colheitas e da fome.
Começaram
a duvidar do amor de Deus. Punham em dúvida a justiça de Seu governo moral.
Diziam que o praticante do mal era bom aos olhos do Senhor. Argumentavam que
não havia proveito na obediência aos Seus mandamentos e em andar penitentemente
perante Ele, pois eram os ímpios, que dependiam de si mesmos os que
prosperavam.
Mensagem profética:
O
profeta, então, começou a responder-lhes, mostrando-lhes que tal ceticismo se
baseava na hipocrisia. Se lhes cabia a adversidade, esta havia caído sobre eles,
não a despeito de sua piedade, mas antes, por causa de sua pecaminosidade. Por
exemplo, havia a adoração corrompida em seus deveres no templo. Mostravam-se
maus líderes de um povo que trazia ofertas inaceitáveis, mesmo depois de
haverem prometido melhores ofertas. Os próprios gentios ofereciam sacrifícios
mais dignos. O povo também vivia transgredindo, pois os homens se divorciavam
das mulheres com quem se tinham casado na juventude e contraíam casamento com
mulheres estrangeiras. Prevaleciam pecados de todas as espécies: feitiçaria,
adultério, desonestidade, opressão aos fracos e impiedade generalizada. Como poderiam
esperar a prosperidade quando a nação estava apodrecida com tais práticas? Malaquias,
em verdadeira nota profética, condenou os pecados e convocou o povo para que se
arrependesse. Caso purificassem sua adoração, obedecessem à lei e pagassem seus
dízimos na íntegra, então o resultado seria as bênçãos de Deus. Ao fazer soar
esse apelo, o profeta revelou que possuía uma alta concepção sobre Deus. Deus
era o majestoso Senhor dos Exércitos; Seus decretos e juízos eram
irresistíveis; Seu amor era santo e imutável.
Malaquias
percebia a salvação final para seu povo, não no arrependimento deles, mas na
ação do Senhor. Raiaria o grande dia do Senhor. Esse dia purificaria e
vindicaria os piedosos o destruiria os ímpios. Esse dia seria preparado com a
vinda do profeta Elias.
O homem: Tudo quanto sabemos
sobre o profeta propriamente dito, temos de inferir de suas
declarações. Ele era um profeta autêntico. Falava com plena autoridade. Podia
realmente dizer: "Assim
diz o Senhor dos Exércitos". Tinha
um amor intenso por Israel e pelos serviços efetuados no templo e sua concepção
sobre a tradição e os deveres dos sacerdotes era bem alta. Tem sido dito frequentemente
que enquanto outros profetas frisaram a moralidade e a religião
no íntimo, Malaquias punha ênfase sobre a adoração e o ritual. Mas, apesar
de que isso seja verdade quanto aos aspectos gerais, temos de notar que ele
não se esquecia totalmente das obrigações morais de Israel, e que, para
ele, o ritual não era uma finalidade em si mesmo, mas apenas a expressão
da fé do povo no Senhor.
Seu
estilo é simples, direto e caracterizado pela frequente ocorrência das palavras
"mas vós dizeis". Talvez isso signifique mais que um método retórico do escritor; pode
ter tido sua origem nos clamores de protesto e dúvida dos perguntadores, quando
ele pregou sua primeira mensagem nas ruas.
Citações no Novo Testamento: Somente três passagens deste livro são referidas ou citadas no Novo Testamento,
a saber: Malaquias 1.2 e versículos seguintes; Malaquias 3.1; e 4.5 e
versículos seguintes. A primeira delas: "Amei a Jacó. E aborreci a Esaú", contém uma idéia que se tem mostrado um tanto ofensiva
para o gosto moderno.
O fim da profecia: Com o
livro de Malaquias foi arriada a cortina sobre a cena profética, até a vinda
do Batista. As palavras vívidas e poderosas dos profetas não mais foram ouvidas.
Os escribas e os sacerdotes se tornaram os principais personagens religiosos.
A era criativa havia cedido lugar à era do aprendizado. Os judeus contavam,
agora, com grande tesouro literário e seus exegetas, aqueles que expunham
essa literatura, tornaram-se o novo canal para a voz de Deus. A respeito
dessa situação que se aproximava em que a religião era principalmente
legalística, temos um claro sinal no livro de Malaquias.
Grandeza de Deus: Nenhum
outro profeta enfatizou tanto a grandeza de Deus como o fez Malaquias
nesse livro profético inserido no final do Antigo Testamento. Três vezes
em Malaquias 1.11-14, o Senhor chama a atenção para a sua própria "grandeza", e dez vezes em todo o livro ele chama a atenção para a honra devida ao
seu nome (Malaquias 1.6,11,14; 2.2; 5; 3.16; 4.2). Quando o pequeno e
fragmentado restante de Israel estava prestes a entrar nos quatrocentos anos de silêncio
profético, com os conquistadores e a cultura gentia rodopiando ao seu redor,
precisava lembrar-se da grandeza do Deus que os chamara. Embora parecesse que os seus
dias de grandeza fossem coisas do passado, a reivindicação do profeta ainda
era para a grandeza de Deus, que os tinha chamado para fazer uma aliança
com Ele.
Muitas divinas citações de Malaquias: Essa profecia consiste, quase exclusivamente, em citações do Senhor. Do mesmo
modo que Ageu em sua breve mensagem, Malaquias usou continuamente a
frase: "Assim diz o Senhor
dos Exércitos" ou seu equivalente. Não é de
admirar que ele tenha pronunciado seu próprio nome apenas uma vez! Ele era
simplesmente o porta-voz ou mensageiro do Senhor. Aquela geração, mais do que
qualquer outra, precisava de uma palavra forte e autoritária do Senhor, pois
havia muitas irregularidades precisando de correção. Ao citar o Senhor, o profeta
identificou-o como o "Senhor
dos Exércitos" (vinte e quatro vezes). Esse
nome-título enfatizava o seu poder como o Deus dos exércitos, uma designação
apropriada para esse livro de julgamento e promessa, diante de um Israel
virtualmente sem poder próprio.
Método de perguntas e respostas de Malaquias (1.2 etc.) O estilo dialético de Malaquias é um tanto singular entre os profetas,
pois a maioria preferiu um estilo de conferência ou de narrativa. Malaquias
registra nove tipos de diálogo do Senhor com Israel. As perguntas da nação têm sempre
um tom de hostilidade ou rebeldia (Malaquias 1.2,6,7; 2.10,14,17; 3.7,8,13). Nessa
forma provocante (chamada mais tarde de método "rabínico" ou "socrático"), o
profeta apresentou as mais importantes queixas do Senhor contra
os judeus e suas reações altivas. O estilo provou ser eficaz por chamar a
atenção e chegar rapidamente ao assunto principal. Jesus também recorreu
a um tipo semelhante de comunicação ao enfrentar os líderes hostis da
época (Mateus 21.25, 31, 40; 22.42).
A religião corrompida de Israel: Conforme indicação de Malaquias, havia fortes sintomas de degeneração
na fé de Israel. Sua visão de Deus era quase deísta: Questionavam o seu amor
(Malaquias 1.2), sua honra e grandeza (Malaquias 1.14; 2.2), sua justiça (Malaquias 2.17)
e seu caráter (Malaquias 3.13-15). Essa visão deficiente a respeito de Deus produziu uma atitude arrogante
e fez com que as funções do templo fossem realizadas com enfado, o que
insultava o Senhor ao invés de adorá-lo (Malaquias 1.7-10; 3.14). O dízimo não
era dado de todo o coração, e as ofertas eram compostas de animais doentes e sem valor.
Isto ofenderia até o mais simples governador que recebesse tal presente (Malaquias
1.8). Em reação a isto, o Senhor disse que atiraria lixo ao rosto dos sacerdotes
(Malaquias 2.3) e amaldiçoaria as sementes plantadas (Malaquias 3.11). O resultado moral
dessa religião desprezível foi o povo voltar-se para a feitiçaria, adultério,
perjúrio, fraude e opressão do pobre (Malaquias 3.5). A discórdia familiar era frequente,
levando-os a se divorciarem das esposas judias para se casarem com mulheres pagãs (Malaquias
2.10 e seguintes; 4.6). As condições eram tão más que se fazia necessária a
atuação de um Elias para restaurar a paz familiar e evitar outra destruição do Senhor
(Malaquias 4.5).
Israel peca roubando a Deus (Malaquias 3.8-10): Um dos pecados mais persistentes de Israel foi o de roubar os dízimos e
ofertas pertencentes ao Senhor. O problema apareceu pela primeira vez com Acã,
ao entrarem na Terra Prometida (Josué 6.17-19; 7.11), e foi um dos pecados
pelos quais foram exilados para a Babilônia em 586 (2 Crônicas 36.21). O primeiro
erro que muitos reis cometiam ao ser atacados era entregar os tesouros do templo para tentar apaziguar
o inimigo, o que invariavelmente provocava novos ataques (2 Reis 18.14-16).
Diante da sonegação dos dízimos, o Senhor lembra-Ihes que estavam, na realidade, roubando a si próprios,
pois o resultado de tal atitude era o fracasso das colheitas. Corriam também o
risco de ficarem com a mente cauterizada de tanto repetirem esse pecado (Malaquias
2.17; 3.15).
Promessa da volta de Elias (Malaquias 4.5-6):
A
última promessa do Antigo Testamento é quanto à volta do profeta Elias antes do
"grande e terrível dia do
Senhor". Elias e Enoque foram os dois únicos homens
que não passaram pela morte: o Senhor os trasladou para o céu (Gênesis 5.24; 2 Reis
2.11; Hebreus 11.5). Embora João Batista tivesse sido semelhante a Elias na sua
obra de preparar Israel para o Messias, não foi realmente Elias (Mateus 11.14;
17.11-12; João 1.21). João Batista foi o precursor profetizado por Isaías 40.3
e Mateus 3.3, e o mensageiro de Malaquias 3.1.
Na
tradição hebraica, Elias é o maior e mais fabuloso caráter já produzido por
Israel (...) É ele quem abre as portas secretas pelas quais os mártires fogem,
quem providencia dotes para as infelizes filhas dos pobres (...) Há para ele
uma cadeira em todas as circuncisões, e um cálice de vinho em todas as mesas de
Páscoa. Ele está nas encruzilhadas do paraíso a fim de saudar todas as pessoas
virtuosas. Será o precursor do Messias, anunciando-o no novo mundo onde já não
haverá sofrimento para Israel e todos os povos. (Abram Leon Sachar, A History
the Jews, página 50 e seguintes). Em 1 Reis 17, Elias parece ter surgido do
nada e desaparece de maneira semelhante em 2 Reis 2. Entretanto, sua austera
figura ainda subsiste na memória reverente dos judeus enquanto esperam
encontrar-se com ele, conforme anunciado por Malaquias.
Últimas palavras de Malaquias (Malaquias 4.4-6): Esses últimos três versículos são considerados pelos estudiosos um
apêndice aos "Profetas" da Bíblia. Abrangem a Lei e os Profetas em Moisés e Elias. No entanto,
sua perspectiva não é retrospectiva, mas progressiva, olhando com antecipação
o julgamento de Elias e a alegria da era messiânica. Nas Bíblias hebraicas,
o versículo 5 é repetido depois do versículo 6 para que o livro não termine
com uma palavra de condenação (ocorre a mesma coisa nos livros de Isaías,
Lamentações e Eclesiastes). É interessante observar que nas Bíblias hebraicas
não existe o capítulo quatro em Malaquias. O capítulo três continua até
completar vinte e quatro versículos. A nota dominante dos últimos seis versículos
é antecipatória, apontando para os 400 anos de silêncio profético antes
que outro "anjo" apareça anunciando a vinda do precursor e do mui esperado
Messias (Lucas 1.11, 26 e seguintes). A última palavra de Malaquias não foi, na
verdade, a última.
Cristologia em Malaquias (Malaquias 1.14; 3.1; 4.2): Apesar de o Senhor ter assegurado a eles novamente, na introdução do
livro, a continuidade do seu amor imutável, a ênfase básica do livro é
julgamento. De acordo com esse motivo, podem ser discernidos diversos títulos do
Messias:
(a) Em
1.14, o Senhor declara ser um "grande
Rei", muito maior do que o "governador", a
quem não ofenderiam com uma oferta maculada (Malaquias 1.8). Nessa
condição, ele não deixará de julgar o "impostor", que
jura honestidade, mas é avarento. Zacarias 14.9 viu a majestade do Rei numa luz
messiânica, quando o seu nome será reverenciado entre todas as nações.
(b) Em Malaquias
3.1, o Senhor declara ser o "Anjo
da aliança", a quem buscavam. Mas, ao contrário
da orgulhosa maneira de pensar dos israelitas, sua vinda será com julgamento
para os perversos de Israel, a começar pelos filhos de Levi no templo. Sua
primeira vinda ao templo em João 2.14-16 e Mateus 21.12 foi uma antecipação daquela
futura vinda para purificar o povo e a terra.
(c) Aos
que temem o seu nome, ele surgirá como o "Sol da Justiça", e
trará cura e grande alegria (Malaquias 4.2; Isaías 60.19). O mesmo "Sol" que queima os perversos (Malaquias 4.1) curará os que temem o seu
nome. Com essa promessa de sol celestial para purificar e curar a nação ao
destruir o perverso num dia futuro desconhecido, a voz profética silenciou. Os
sombrios dias do período intertestamentário testaram sua fé na palavra
profética dada pela lei e os profetas.
Uma
semana abençoada para todos os irmãos, na Paz do Senhor Jesus Cristo!
Márcio Celso
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 3º
Trimestre de 2023, ano 33 nº 128 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Jovens
e Adultos – Professor – Profetas Menores do Antigo Testamento – Proclamando o
arrependimento, justiça e fidelidade a Deus. Anunciando a esperança da salvação
através do Messias – Pr. Antônio Paulo Antunes.
Jhon Wiclyfe
University - PROFETAS MENORES.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e
Corrigida.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e
Atualizada.
Editora Vida –
2014 - Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso Eronildes
Fernandes.
Editora Vida –
2014 – Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D. Radmarcher,
Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D. Radmarcher,
Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Vida –
2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.
Editora Central
Gospel – 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia –
Leland Ryken, Philip Ryken e James Wilhoit.
Editora CPAD –
2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.
Editora Vida – 2014
– Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão internacional
– Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.
Editora Mundo Cristão
– 2010 – Comentário Bíblico Africano - editor geral Tokunboh Adeyemo.
Editora CPAD – 2010
– Comentário Bíblico Mathew Henry – Tradução: Degmar Ribas Júnior, Marcelo
Siqueira Gonçalves, Maria Helena Penteado Aranha, Paulo José Benício.
Editora Mundo Cristão
– 2011 - Comentário Bíblico Popular — Antigo e Novo Testamento - William
MacDonald - editada com introduções de Art Farstad.
Editora
Geográfica – 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Antigo Testamento –
Volume 2 – Tradução: Susana E. Klassen.
Editora Geográfica
– 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Novo Testamento – Volume 1 –
Tradução: Susana E. Klassen.
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