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sexta-feira, 8 de setembro de 2023

Lição 11 - 3º trimestre de 2023 - Ageu - um chamado para despertar a inércia

Lição 11 – 10 de setembro de 2023 – Editora BETEL

 Ageu – um chamado para despertar da inércia

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Sobre Ageu

Ageu, o primeiro dos profetas da restauração, não tem história registrada sobre sua pessoa. Ele era "o embaixador do Senhor" (Ageu 1.13) e seus testemunhos estão seguramente entesourados com seu divino Empregador. A mensagem, e não o mensageiro, era de importância primária. Deus, e não o seu profeta, domina a cena. É impossível fixar com exatidão o período coberto pela vida de Ageu. Tem-se conjecturado que ele vira o templo de Salomão. Essa conjectura se baseia em Ageu 2.3: "Quem há entre vós que, tendo ficado, viu esta casa na sua primeira glória?". Isso significaria que o profeta tinha pelo menos oitenta anos de idade quando sua mensagem foi transmitida. Porém, a linguagem do versículo, não apoiada por outras evidências, dificilmente poderá sustentar tal interpretação. É muito mais provável que ele tenha nascido no tempo e na terra do cativeiro. O período que apresenta maiores probabilidades, por conseguinte, seria a primeira metade do sexto século. Sua mensagem, entretanto, está tão ligada com a história de seu tempo que ela pode ser definidamente fixada como tendo sido proferida em 520 a.C. Sua idade, então, pode ser apenas conjecturada, e só podemos inferir que Deus considerava isso sem importância. As datas, tão proeminentes na profecia, se referem, como as datas sempre se referem, a coisas passadas, porém, por trás delas obtemos um quadro bem focalizado sobre o caráter e os requerimentos independentes do tempo de Deus.

Autor:  Jerônimo explica o nome Ageu, dizendo que significa "festivo" (derivado de haj, o "festivo" ou "exuberante"). Isso a não ser que a suposição de Reinke seja verdadeira, de que ele nasceu em algum dia festivo, sugeriria tanto que seus pais foram guiados divinamente, como que, sob as circunstâncias da época, uma forte fé da parte deles os tenha levado a escolher tal nome para seu filho. Parecem ter percebido que, embora ele semeasse entre lágrimas, haveria de colher com alegria. A profecia envolvida em seu nome, seja como for, foi cumprida, pois Ageu é um dos poucos profetas que teve o indizível prazer de ver amadurecerem os frutos de sua mensagem perante seus próprios olhos.

Ficamos limitados inteiramente aos seus próprios escritos para poder fazer a estimativa do homem. Um par de referências, em Esdras, meramente se referem a ele como "Ageu, o profeta". Não há voos poéticos de fantasia neste livro. Seu estilo chega a ser considerado por alguns, como deslustrado e prosaico. Porém, há certa concisão, franqueza e brevidade naquilo que ele tem para dizer. Essa brevidade tem levado alguns a considerarem que talvez tenhamos aqui sua mensagem em forma apenas condensada. Bem pode ser igualmente a verdade que essa característica, juntamente com as outras, nos forneça provas de que o profeta era um mensageiro simples, franco e direto. O homem, entretanto, estava engolfado em sua obra. Ele se mostra, caracteristicamente, profeta de Deus, falando em lugar de Deus e estabelecendo uma espécie de serviço postal entre Deus e Seu povo.

Os tempos: Ageu tinha uma tarefa claramente definida a realizar. Sua tarefa divergia e, em alguns aspectos, era mais estritamente limitada, da tarefa de qualquer dos profetas anteriores ou de seu contemporâneo, Zacarias. As circunstâncias eram diferentes daquelas dos dias anteriores ao cativeiro. Quando os profetas mais antigos entregavam sua mensagem, a casa do Senhor estava presente com toda a sua glória exterior, uma honrosa herança do passado. As observâncias cerimoniais eram rigidamente cumpridas, tanto quanto diz respeito às formalidades externas. Tão meticulosamente observadas eram elas, efetivamente, que afinal o Todo-poderoso ficou "cansado" daquelas rígidas formalidades mortas. Quando a religião do povo assim se transformava em joio este olhava com autossatisfação e com ilusório orgulho para os magnificantes edifícios e diziam: "Templo do Senhor, templo do Senhor, templo do Senhor é este" (Jeremias 7.4). O apelo dos profetas, por conseguinte, era inspirado pelo Espírito e, algumas vezes, era um grito angustioso para que o povo apreciasse devidamente os valores espirituais e agisse de conformidade com sua religião transmitida por Deus. Pois o povo dava importância primária às coisas materiais e formais em suas vidas.

Agora tais edificações estavam em ruínas, e o pêndulo se tinha inclinado para o outro lado. Nem ao menos havia interesse suficiente nas coisas externas para impelir o povo a reconstruir o templo.

A Mensagem: A tarefa especializada e dada por Deus a Ageu era a de galvanizar o povo em ação, num novo esforço, nessa direção. Os argumentos derivados do passado ou do futuro, eram empregados por ele e focalizados sobre essa tarefa. Contemporânea e complementar da obra de Ageu era a tarefa de Zacarias. O próprio zelo e entusiasmo de Ageu, pela reconstrução material da casa de Deus, poderia tender a fazer o povo desviar seus pensamentos do Deus da casa e da glória do Messias vindouro. Certamente havia também espaço para a mensagem de Zacarias. Entretanto, estaríamos sendo muito injustos para com Ageu se considerássemos que as coisas materiais eram as únicas que o preocupavam, como alguns afirmam, de que ele estava interessado apenas em "tijolos e massa". O cirurgião que se especializa em doenças dos pés não é indiferente para com o fato que o coração e o sistema circulatório são vitais para a saúde do corpo inteiro e essenciais para o sucesso de seus próprios esforços para tratamento de um membro particular. Semelhantemente, Ageu não se esquecia que a religião vital, em sua inteireza, estava por detrás da obra especial do momento; e, nas revelações que lhe foram concedidas por Deus, havia motivos suficientes para justificá-lo, na companhia de todos os seus colegas profetas, a buscar "qual a ocasião ou quais as circunstâncias oportunas, indicadas pelo Espírito de Cristo, que neles estava". Ele via o dia de Cristo à distância, e com isso, alegrou-se. Ele via a restauração do templo como um elo na grande cadeia dos acontecimentos orientados por Deus. Ele via em Zorobabel, seu príncipe, uma cadeia viva na corrente humana da semente de Davi, que continuaria sem interrupções até a vinda do Messias (Mateus 1.12 e seguintes). Ele via a glória de um reino para o qual, um dia, as nações fluiriam, como "as águas cobrem o mar".

O trabalho para o qual Deus chamou ambos os governantes e o povo de Judá, por meio de Ageu, era o reinício de uma tarefa não terminada (ver Esdras 4). Os 50.000 exilados, que tinham aproveitado o decreto de Ciro e haviam retornado da Babilônia para sua pátria de origem, tinham iniciado a reconstrução do templo. Essa obra, entretanto, havia sido interrompida, devido, pelo menos ostensivamente, à feroz oposição e amarga oposição da parte do "povo que habitava a terra", aqueles colonos que se haviam estabelecido ali durante o período do exílio dos judeus, a fim de preencher os vazios de uma população dizimada. O verdadeiro motivo dessa interrupção, entretanto, foi a letargia do povo de Deus. Por cerca de dezesseis anos a casa do Senhor jazia "desolada", e a melancolia da cena era intensificada pelos sinais da tentativa de reconstrução que abortara. Subitamente àquele povo letárgico, Ageu aparece, como um mensageiro despachado da sede do comandante supremo e dramaticamente apresenta a sua mensagem. Incidentalmente, o registro das providências de Deus para com Seu povo revela para nós a chave para a solução do problema de alimentação no mundo. Condensada nas palavras de Cristo, poderíamos ler: "Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas" (Mateus 6.33).

Profeta da construção do templo: Mais do que qualquer outra pessoa, Ageu foi o responsável por conseguir que a construção recomeçasse e fosse terminada. Ele apareceu em cena após uma grande arrancada e parada brusca na reconstrução do templo. Os líderes estavam assustados e derrotados. Com a seca de 332 e a depressão, não era oportuno o reinício das obras. A despeito das opiniões em contrário, Ageu insistiu com os líderes e o povo para atender a essa prioridade, para que Deus pudesse derramar bênçãos sobre todos os empreendimentos do povo.

Evidentemente, isso foi realizado antes de surgir qualquer indício de que o novo rei persa, Dario I, reagiria de maneira favorável, conforme ficou demonstrado mais tarde (Esdras 5.1; 6.1). O templo que eles reconstruíram resistiu mais tempo do que qualquer outro dos templos de Israel, tornando-se uma verdadeira homenagem a Zorobabel, o governador, e a Ageu, o profeta (Esdras 5.1-2).

Ageu relacionado com Sofonias: A profecia de Ageu segue a de Sofonias no cânon como um cumprimento parcial da era pós-exílio. Em Sofonias 3.18, Deus tinha prometido reunir os exilados que se lastimavam pela interrupção das festas, e restaurar suas alegrias e sua vida normal. Para que as festas fossem reiniciadas e as atividades restauradas, era necessário que o templo, habitação do Senhor, fosse reconstruído. Essa era a responsabilidade de Ageu naquele momento.

Antes do cumprimento final da profecia de Sofonias, entretanto, o Senhor ainda irá abalar céu e terra e todas as nações (Ageu 2.6-7,22). Isso levou o profeta a lembrar a todos que a grande prosperidade dos tempos messiânicos ainda estava no futuro, mas que a mão cheia de bênçãos de Deus viria após a obediência do povo. Se Sofonias tinha uma mensagem catastrófica para alertar todas as nações sobre o iminente julgamento do Senhor, Ageu tinha uma mensagem encorajadora da presença imediata do Senhor para abençoar os que construíssem sua casa e observassem a execução de seus preceitos imediatamente (Sofonias 3.8; Ageu 2.4-5).

Ageu promete prosperidade econômica (Ageu 1.6,10): Três profetas relacionaram a prosperidade econômica com a obediência espiritual: Joel, Ageu e Malaquias (Joel 2.18 e seguintes; Ageu 1.6-11; Malaquias 3.10). Tal fato é verdade como um princípio geral de causa e efeito (Provérbios 11.24), mas relaciona-se especialmente à aliança mosaica de bênçãos para a obediência (Levítico 26. 14-20). Sua aplicação por Ageu demonstra a continuação do relacionamento da aliança entre Israel e o Senhor, mesmo depois do exílio. Porém, observam-se muitas exceções a esse princípio em ambos os testamentos, porquanto Deus usa tanto a adversidade quanto a prosperidade para amadurecer o seu povo.

Laconismo e poder de Ageu: Ageu não somente escreveu um dos livros mais curtos do Antigo Testamento (perdendo apenas para Obadias), como proferiu alguns dos sermões mais curtos (Ageu 1.13, seis palavras, ou quatro em hebraico). Embora suas mensagens fossem breves, eram penetrantes e poderosas. O poder de suas palavras relacionava-se com a autoridade de quem as proferia, pois Ageu sempre as reforçava com a expressão "assim diz o Senhor" (26 vezes em 38 versículos).

Obviamente sua ênfase estava na autoridade divina; não era apenas mera eloquência ou argumentação. Ageu foi um dos profetas mais bem-sucedidos em termos de resultados imediatos. Ele reconheceu o poder da autoridade do Senhor, mesmo diante de oposição esmagadora.

Cristologia em Ageu (Ageu 2.7-9): O livro contém duas referências ao Messias como Sacerdote e Rei. "Encherei de glória esta casa" é afirmado num contexto de reinado messiânico, provavelmente referindo-se à volta da glória na pessoa do Messias, conforme explicação de Ezequiel 43.4-7. Ao restante do povo que tinha visto a antiga glória do templo de Salomão e agora chorava pela insignificância da nova, o Senhor declarou: "A glória desta última casa será maior que a da primeira" (Ageu 2.9). Sua glória verdadeira não seria a prata e o ouro, mas a presença pessoal do Senhor entre eles. Seria esse o trono do Messias "onde habitarei no meio dos filhos de Israel para sempre" (Ezequiel 43.7). Uma segunda referência messiânica é a escolha de Zorobabel como "um anel de selar", símbolo da autoridade real do Messias no reino.

Uma semana abençoada para todos os irmãos, na Paz do Senhor Jesus Cristo!

Márcio Celso

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Editora Betel 3º Trimestre de 2023, ano 33 nº 128 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Jovens e Adultos – Professor – Profetas Menores do Antigo Testamento – Proclamando o arrependimento, justiça e fidelidade a Deus. Anunciando a esperança da salvação através do Messias – Pr. Antônio Paulo Antunes.

Jhon Wiclyfe University - PROFETAS MENORES.

Sociedade Bíblica do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e Corrigida.

Sociedade Bíblica do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e Atualizada.

Editora Vida – 2014 - Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso Eronildes Fernandes.

Editora Vida – 2014 – Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.

Editora Central Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D. Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.

Editora Central Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D. Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.

Editora Vida – 2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.

Editora Central Gospel – 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia – Leland Ryken, Philip Ryken e James Wilhoit.

Editora CPAD – 2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.

Editora Vida – 2014 – Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão internacional – Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.

Editora Mundo Cristão – 2010 – Comentário Bíblico Africano - editor geral Tokunboh Adeyemo.

Editora CPAD – 2010 – Comentário Bíblico Mathew Henry – Tradução: Degmar Ribas Júnior, Marcelo Siqueira Gonçalves, Maria Helena Penteado Aranha, Paulo José Benício.

Editora Mundo Cristão – 2011 - Comentário Bíblico Popular — Antigo e Novo Testamento - William MacDonald - editada com introduções de Art Farstad.

Editora Geográfica – 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Antigo Testamento – Volume 2 – Tradução: Susana E. Klassen.

Editora Geográfica – 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Novo Testamento – Volume 1 – Tradução: Susana E. Klassen.

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