Lição 11 – 10 de setembro de 2023 – Editora BETEL
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Sobre Ageu
Ageu, o
primeiro dos profetas da restauração, não tem história registrada sobre sua
pessoa. Ele era "o
embaixador do Senhor" (Ageu 1.13) e seus
testemunhos estão seguramente entesourados com seu divino Empregador. A
mensagem, e não o mensageiro, era de importância primária. Deus, e não o seu
profeta, domina a cena. É impossível fixar com exatidão o período coberto pela
vida de Ageu. Tem-se conjecturado que ele vira o templo de Salomão. Essa
conjectura se baseia em Ageu 2.3: "Quem
há entre vós que, tendo ficado, viu esta casa na sua primeira glória?". Isso significaria que o profeta tinha pelo menos oitenta anos de
idade quando sua mensagem foi transmitida. Porém, a linguagem do versículo, não
apoiada por outras evidências, dificilmente poderá sustentar tal interpretação.
É muito mais provável que ele tenha nascido no tempo e na terra do cativeiro. O
período que apresenta maiores probabilidades, por conseguinte, seria a primeira
metade do sexto século. Sua mensagem, entretanto, está tão ligada com a história
de seu tempo que ela pode ser definidamente fixada como tendo sido proferida em
520 a.C. Sua idade, então, pode ser apenas conjecturada, e só podemos inferir
que Deus considerava isso sem importância. As datas, tão proeminentes na
profecia, se referem, como as datas sempre se referem, a coisas passadas,
porém, por trás delas obtemos um quadro bem focalizado sobre o caráter e os
requerimentos independentes do tempo de Deus.
Autor: Jerônimo explica o nome Ageu, dizendo que
significa "festivo" (derivado de haj, o "festivo" ou "exuberante"). Isso a não ser que a suposição de Reinke seja verdadeira, de que ele
nasceu em algum dia festivo, sugeriria tanto que seus pais foram guiados
divinamente, como que, sob as circunstâncias da época, uma forte fé da parte
deles os tenha levado a escolher tal nome para seu filho. Parecem ter percebido
que, embora ele semeasse entre lágrimas, haveria de colher com alegria. A
profecia envolvida em seu nome, seja como for, foi cumprida, pois Ageu é um dos
poucos profetas que teve o indizível prazer de ver amadurecerem os frutos de
sua mensagem perante seus próprios olhos.
Ficamos
limitados inteiramente aos seus próprios escritos para poder fazer a estimativa
do homem. Um par de referências, em Esdras, meramente se referem a ele como "Ageu, o profeta". Não há voos poéticos de fantasia neste livro. Seu estilo chega a ser
considerado por alguns, como deslustrado e prosaico. Porém, há certa concisão,
franqueza e brevidade naquilo que ele tem para dizer. Essa brevidade tem levado
alguns a considerarem que talvez tenhamos aqui sua mensagem em forma apenas
condensada. Bem pode ser igualmente a verdade que essa característica,
juntamente com as outras, nos forneça provas de que o profeta era um mensageiro
simples, franco e direto. O homem, entretanto, estava engolfado em sua obra.
Ele se mostra, caracteristicamente, profeta de Deus, falando em lugar de Deus e
estabelecendo uma espécie de serviço postal entre Deus e Seu povo.
Os tempos: Ageu
tinha uma tarefa claramente definida a realizar. Sua tarefa divergia e, em alguns
aspectos, era mais estritamente limitada, da tarefa de qualquer dos profetas
anteriores ou de seu contemporâneo, Zacarias. As circunstâncias eram
diferentes daquelas dos dias anteriores ao cativeiro. Quando os profetas mais
antigos entregavam sua mensagem, a casa do Senhor estava presente com
toda a sua glória exterior, uma honrosa herança do passado. As observâncias
cerimoniais eram rigidamente cumpridas, tanto quanto diz respeito
às formalidades externas. Tão meticulosamente observadas eram elas,
efetivamente, que afinal o Todo-poderoso ficou "cansado"
daquelas rígidas formalidades mortas. Quando a religião do povo assim se
transformava em joio este olhava com autossatisfação e com ilusório orgulho para os magnificantes
edifícios e diziam: "Templo
do Senhor, templo do Senhor, templo do Senhor é este" (Jeremias 7.4). O apelo dos profetas, por conseguinte, era inspirado pelo
Espírito e, algumas vezes, era um grito angustioso para que o povo apreciasse
devidamente os valores espirituais e agisse de conformidade com sua
religião transmitida por Deus. Pois o povo dava importância primária às coisas
materiais e formais em suas vidas.
Agora
tais edificações estavam em ruínas, e o pêndulo se tinha inclinado para o outro
lado. Nem ao menos havia interesse suficiente nas coisas externas para impelir
o povo a reconstruir o templo.
A Mensagem: A
tarefa especializada e dada por Deus a Ageu era a de galvanizar o povo em ação,
num novo esforço, nessa direção. Os argumentos derivados do passado ou do
futuro, eram empregados por ele e focalizados sobre essa tarefa. Contemporânea
e complementar da obra de Ageu era a tarefa de Zacarias. O próprio
zelo e entusiasmo de Ageu, pela reconstrução material da casa de Deus,
poderia tender a fazer o povo desviar seus pensamentos do Deus da casa e
da glória do Messias vindouro. Certamente havia também espaço para a
mensagem de Zacarias. Entretanto, estaríamos sendo muito injustos para com
Ageu se considerássemos que as coisas materiais eram as únicas que o preocupavam,
como alguns afirmam, de que ele estava interessado apenas em "tijolos e massa".
O cirurgião que se especializa em doenças dos pés não é indiferente
para com o fato que o coração e o sistema circulatório são vitais para a
saúde do corpo inteiro e essenciais para o sucesso de seus próprios esforços
para tratamento de um membro particular. Semelhantemente, Ageu não se
esquecia que a religião vital, em sua inteireza, estava por detrás da obra
especial do momento; e, nas revelações que lhe foram concedidas por Deus,
havia motivos suficientes para justificá-lo, na companhia de todos os seus
colegas profetas, a buscar "qual
a ocasião ou quais as circunstâncias oportunas, indicadas pelo Espírito
de Cristo, que neles estava". Ele
via o dia de Cristo à distância, e com isso, alegrou-se. Ele via a restauração do
templo como um elo na grande cadeia dos acontecimentos orientados por Deus.
Ele via em Zorobabel, seu príncipe, uma cadeia viva na corrente humana da semente
de Davi, que continuaria sem interrupções até a vinda do Messias (Mateus 1.12 e
seguintes). Ele via a glória de um reino para o qual, um dia, as nações fluiriam,
como "as águas cobrem o mar".
O
trabalho para o qual Deus chamou ambos os governantes e o povo de Judá, por
meio de Ageu, era o reinício de uma tarefa não terminada (ver Esdras 4). Os 50.000
exilados, que tinham aproveitado o decreto de Ciro e haviam retornado da
Babilônia para sua pátria de origem, tinham iniciado a reconstrução do templo.
Essa obra, entretanto, havia sido interrompida, devido, pelo menos ostensivamente,
à feroz oposição e amarga oposição da parte do "povo que habitava a terra", aqueles colonos que se haviam estabelecido ali durante o período do
exílio dos judeus, a fim de preencher os vazios de uma população dizimada. O
verdadeiro motivo dessa interrupção, entretanto, foi a letargia do povo de
Deus. Por cerca de dezesseis anos a casa do Senhor jazia "desolada", e a melancolia da cena era intensificada pelos sinais da tentativa de
reconstrução que abortara. Subitamente àquele povo letárgico, Ageu aparece, como
um mensageiro despachado da sede do comandante supremo e dramaticamente
apresenta a sua mensagem. Incidentalmente, o registro das providências de Deus
para com Seu povo revela para nós a chave para a solução do problema de
alimentação no mundo. Condensada nas palavras de Cristo, poderíamos ler: "Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu
reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas" (Mateus 6.33).
Profeta da construção do templo: Mais do que qualquer outra pessoa, Ageu foi o responsável por conseguir
que a construção recomeçasse e fosse terminada. Ele apareceu em cena após
uma grande arrancada e parada brusca na reconstrução do templo. Os líderes estavam
assustados e derrotados. Com a seca de 332 e a depressão, não era oportuno
o reinício das obras. A despeito das opiniões em contrário, Ageu insistiu
com os líderes e o povo para atender a essa prioridade, para que Deus pudesse
derramar bênçãos sobre todos os empreendimentos do povo.
Evidentemente,
isso foi realizado antes de surgir qualquer indício de que o novo rei persa,
Dario I, reagiria de maneira favorável, conforme ficou demonstrado mais tarde
(Esdras 5.1; 6.1). O templo que eles reconstruíram resistiu mais tempo do que
qualquer outro dos templos de Israel, tornando-se uma verdadeira homenagem a
Zorobabel, o governador, e a Ageu, o profeta (Esdras 5.1-2).
Ageu relacionado com Sofonias: A profecia de Ageu segue a de Sofonias no cânon como um cumprimento parcial
da era pós-exílio. Em Sofonias 3.18, Deus tinha prometido reunir os exilados
que se lastimavam pela interrupção das festas, e restaurar suas alegrias
e sua vida normal. Para que as festas fossem reiniciadas e as atividades
restauradas, era necessário que o templo, habitação do Senhor, fosse
reconstruído. Essa era a responsabilidade de Ageu naquele momento.
Antes
do cumprimento final da profecia de Sofonias, entretanto, o Senhor ainda irá
abalar céu e terra e todas as nações (Ageu 2.6-7,22). Isso levou o profeta a lembrar
a todos que a grande prosperidade dos tempos messiânicos ainda estava no
futuro, mas que a mão cheia de bênçãos de Deus viria após a obediência do povo.
Se Sofonias tinha uma mensagem catastrófica para alertar todas as nações sobre
o iminente julgamento do Senhor, Ageu tinha uma mensagem encorajadora da
presença imediata do Senhor para abençoar os que construíssem sua casa e
observassem a execução de seus preceitos imediatamente (Sofonias 3.8; Ageu
2.4-5).
Ageu promete prosperidade econômica (Ageu 1.6,10): Três profetas relacionaram a prosperidade econômica com a obediência espiritual:
Joel, Ageu e Malaquias (Joel 2.18 e seguintes; Ageu 1.6-11; Malaquias 3.10).
Tal fato é verdade como um princípio geral de causa e efeito (Provérbios 11.24),
mas relaciona-se especialmente à aliança mosaica de bênçãos para a obediência (Levítico
26. 14-20). Sua aplicação por Ageu demonstra a continuação do relacionamento da aliança
entre Israel e o Senhor, mesmo depois do exílio. Porém, observam-se muitas
exceções a esse princípio em ambos os testamentos, porquanto Deus usa
tanto a adversidade quanto a prosperidade para amadurecer o seu povo.
Laconismo e poder de Ageu: Ageu
não somente escreveu um dos livros mais curtos do Antigo Testamento (perdendo
apenas para Obadias), como proferiu alguns dos sermões mais curtos
(Ageu 1.13, seis palavras, ou quatro em hebraico). Embora suas mensagens fossem
breves, eram penetrantes e poderosas. O poder de suas palavras relacionava-se
com a autoridade de quem as proferia, pois Ageu sempre as reforçava
com a expressão "assim
diz o Senhor" (26 vezes em 38 versículos).
Obviamente
sua ênfase estava na autoridade divina; não era apenas mera eloquência ou
argumentação. Ageu foi um dos profetas mais bem-sucedidos em termos de
resultados imediatos. Ele reconheceu o poder da autoridade do Senhor, mesmo
diante de oposição esmagadora.
Cristologia em Ageu (Ageu 2.7-9): O livro contém duas referências ao Messias como Sacerdote e Rei. "Encherei de glória esta
casa" é afirmado num contexto de reinado
messiânico, provavelmente referindo-se à volta da glória na pessoa do Messias,
conforme explicação de Ezequiel 43.4-7. Ao restante do povo que tinha visto a
antiga glória do templo de Salomão e agora chorava pela insignificância da
nova, o Senhor declarou: "A
glória desta última casa será maior que a da primeira" (Ageu 2.9). Sua glória verdadeira não seria a prata e o ouro, mas a
presença pessoal do Senhor entre eles. Seria esse o trono do Messias "onde habitarei no meio dos filhos
de Israel para sempre" (Ezequiel 43.7).
Uma segunda referência messiânica é a escolha de Zorobabel como "um anel de selar",
símbolo da autoridade real do Messias no reino.
Uma
semana abençoada para todos os irmãos, na Paz do Senhor Jesus Cristo!
Márcio Celso
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 3º
Trimestre de 2023, ano 33 nº 128 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Jovens
e Adultos – Professor – Profetas Menores do Antigo Testamento – Proclamando o
arrependimento, justiça e fidelidade a Deus. Anunciando a esperança da salvação
através do Messias – Pr. Antônio Paulo Antunes.
Jhon Wiclyfe
University - PROFETAS MENORES.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e
Corrigida.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e
Atualizada.
Editora Vida –
2014 - Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso Eronildes
Fernandes.
Editora Vida –
2014 – Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D. Radmarcher,
Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D. Radmarcher,
Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Vida –
2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.
Editora Central
Gospel – 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia –
Leland Ryken, Philip Ryken e James Wilhoit.
Editora CPAD –
2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.
Editora Vida – 2014
– Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão internacional
– Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.
Editora Mundo Cristão
– 2010 – Comentário Bíblico Africano - editor geral Tokunboh Adeyemo.
Editora CPAD – 2010
– Comentário Bíblico Mathew Henry – Tradução: Degmar Ribas Júnior, Marcelo
Siqueira Gonçalves, Maria Helena Penteado Aranha, Paulo José Benício.
Editora Mundo Cristão
– 2011 - Comentário Bíblico Popular — Antigo e Novo Testamento - William
MacDonald - editada com introduções de Art Farstad.
Editora
Geográfica – 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Antigo Testamento –
Volume 2 – Tradução: Susana E. Klassen.
Editora Geográfica
– 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Novo Testamento – Volume 1 –
Tradução: Susana E. Klassen.
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