A fidelidade na mordomia cristã: um chamado à responsabilidade e ao compromisso
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Fidelidade e Mordomia Cristã: Um Chamado à Responsabilidade
No capítulo 16 do Evangelho de Lucas, dos versículos 1 a 6, encontramos a parábola do mordomo infiel, uma das lições mais impactantes que Jesus ensinou sobre a administração dos bens terrenos. Este texto nos convida a refletir profundamente sobre como estamos conduzindo a nossa vida financeira, os recursos que Deus colocou em nossas mãos e, principalmente, sobre a nossa fidelidade como mordomos do Reino.
O Que é Mordomia?
A palavra *mordomia* tem origem no latim "mordomus",
que vem do grego "oikonomos", significando literalmente "administrador
da casa". Na antiguidade, o mordomo era uma pessoa de extrema
confiança, responsável por cuidar dos bens, propriedades e finanças de um
senhor ou proprietário. Seu dever era zelar, administrar, prestar contas e agir
com integridade em tudo que lhe fosse confiado.
No contexto bíblico, mordomia representa o princípio espiritual segundo o qual tudo que temos — tempo, talentos, bens, saúde e até a própria vida — pertence a Deus. Somos apenas administradores, encarregados de gerir, de forma fiel, os recursos que nos são temporariamente confiados.
A Parábola do Mordomo Infiel: Uma Advertência Solene
Em Lucas 16.1-6, Jesus conta a história de um homem que ocupava o cargo de mordomo, mas que foi acusado de dissipar os bens do seu senhor. Ao ser confrontado, ele percebe que perderia seu emprego e, então, elabora um plano ardiloso: começa a fazer acordos desonestos com os devedores, reduzindo suas dívidas, com o intuito de ser bem recebido por eles após ser demitido.
Este mordomo traiu a confiança de seu senhor de duas formas:
1. Mau uso dos recursos: Ele administrava mal os bens
que lhe foram confiados, agindo de forma negligente e irresponsável.
2. Fraude e desonestidade: Ao saber que perderia o cargo, tentou assegurar seu futuro através de acordos desonestos, prejudicando ainda mais o seu senhor.
Apesar de Jesus destacar que o senhor louvou a astúcia do mordomo, é crucial entender que não se trata de elogiar sua desonestidade, mas sim de enfatizar sua esperteza em planejar para o futuro. O Mestre, então, usa esse exemplo para ensinar que os filhos da luz deveriam ser ainda mais diligentes e sábios na administração das coisas eternas do que os filhos do mundo são nas coisas materiais.
O Princípio da Mordomia na Vida Cristã
O princípio da mordomia é central na vida cristã. Ele nos lembra de que:
● Nada é nosso, tudo pertence a Deus. (Salmos 24.1 — "Do
Senhor é a terra e tudo o que nela há...")
● Somos responsáveis pela gestão dos bens materiais e
espirituais que Deus coloca em nossas mãos.
● Haverá um dia em que prestaremos contas de como usamos esses recursos.
Jesus deixa claro que a forma como lidamos com as riquezas materiais reflete nossa fidelidade a Deus. O cristão sincero não vê o dinheiro e os bens como fins em si mesmos, mas como meios para glorificar a Deus, sustentar sua família, ajudar o próximo e investir no Reino.
Fidelidade: Um Testemunho de Confiança em Deus
A verdadeira fidelidade leva o crente a reconhecer que tudo
vem de Deus. Quando entendemos isso, somos livres do egoísmo, da avareza e da
ganância. A busca desenfreada por acumular bens, muitas vezes impulsionada pelo
medo, insegurança ou desejo de status, desagrada profundamente ao Senhor.
O apóstolo Paulo, em sua carta a Timóteo, faz um alerta contundente:
“Porque nada trouxemos para este mundo, e nada podemos levar dele.” (1 Timóteo 6.7).
Essa afirmação é um lembrete de que os bens materiais são passageiros e que o apego excessivo a eles é tolice espiritual. O que permanece é aquilo que construímos em fidelidade, generosidade e serviço.
O Discipulado e as Finanças no Reino de Deus
Seguir a Jesus não é apenas uma decisão espiritual abstrata; envolve também a forma como lidamos com os bens terrenos. O discipulado cristão é prático e exige coerência entre fé e administração financeira.
O cristão é chamado a viver com contentamento, não com
cobiça.
Deve ser generoso, não avarento.
Precisa administrar seus recursos com sabedoria, não com desperdício ou ganância.
A mordomia bem aplicada não significa viver na escassez, mas sim na responsabilidade. É reconhecer que o dinheiro é uma ferramenta e não um senhor. Jesus, em Mateus 6.24, já advertia: “Ninguém pode servir a dois senhores... Não podeis servir a Deus e às riquezas.”
O Caráter do Mordomo Fiel
Ao destrinchar o caráter do mordomo citado na parábola de Lucas 16, percebemos algumas características negativas que servem de alerta para nós:
● Desonestidade: Ele usou aquilo que não lhe pertencia
para benefício próprio.
● Falta de responsabilidade: Não zelou pelos interesses de
seu senhor.
● Astúcia egoísta: Planejou um futuro sem integridade, preocupado apenas com seu próprio bem-estar.
Por outro lado, Jesus nos convida a desenvolver as características do mordomo fiel:
● Integridade: Age de forma honesta, mesmo quando ninguém
está olhando.
● Fidelidade: Cuida dos recursos como se fossem seus, mas com
a consciência de que são do Senhor.
● Generosidade: Usa os bens não apenas para si, mas para abençoar vidas e expandir o Reino.
Prestaremos Contas da Nossa Mordomia
Assim como o mordomo da parábola teve que prestar contas, cada cristão um dia também se apresentará diante de Deus para responder sobre como administrou sua vida, seus dons, suas finanças e tudo que lhe foi confiado.
Este princípio não deve gerar medo, mas responsabilidade e motivação para viver de forma alinhada aos valores do Reino. A mordomia cristã bem aplicada requer um caráter íntegro, desapegado dos bens materiais e totalmente comprometido com os propósitos de Deus.
Reflexão Final: E Você, Como Está Administrando Sua Vida Financeira?
Diante dessa poderosa
lição, fica um convite à reflexão:
● Você tem sido um
mordomo fiel com aquilo que Deus colocou em suas mãos?
● Sua vida financeira
reflete os princípios do Reino ou tem sido governada pelo consumismo, avareza
ou desorganização?
● Está administrando
seus recursos de forma que glorifique a Deus e abençoe outras pessoas?
Lembre-se: tudo que temos vem de Deus, e um dia prestaremos contas da nossa mordomia. Que possamos ouvir do Senhor: “Muito bem, servo bom e fiel!” (Mateus 25.21)
Márcio Celso
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 2º Trimestre de 2025, ano 35 nº 135 – Revista da Escola Bíblicam Dominical - Jovens e Adultos – Professor – Mordomia Cristã– A Gratidão e Fidelidade na Administração dos Recursos que Deus nos Confiou – Pr. Amarildo Martins da Silva.