Lição 02 – 08 de outubro de
2023 – Editora BETEL
O verdadeiro discípulo de Cristo serve às pessoas e não a si mesmo
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Sobre servir
Comentário sobre Filipenses 2.2 a 5: “Portanto, se há algum conforto em Cristo, se
alguma consolação de amor, se alguma comunhão no Espírito, se alguns
entranháveis afetos e compaixões” (versículo
1). A palavra transitiva, portanto, refere-se evidentemente a 1.27. O uso
paulino da conjunção condicional se é retórico e de forma alguma expressa
dúvida. Talvez o termo grego paraklesis (conforto) seja mais bem traduzido por “exortação” (RA), pois era
comum Paulo usar o verbo cognato neste sentido (cf. Romanos 12.1; 15.30; 16.17;
1 Coríntios 1.10; 4.16; 16.15; Efésios 4.1; Filipenses 4.2). Não deixa de ser
importante mencionar a palavra relacionada Paraclete, que é traduzida
por “O Advogado”, “Consolador” ou “Aquele
que fortalece”. A força à qual Paulo se refere está
em Cristo (conforme 1.1). Consolação de amor é, literalmente, “consolação”
ou “incentivo”, “estímulo”. No original grego, não há artigo antes de Espírito, mas os tradutores
modernos são categóricos na defesa neste ponto (conforme ACF, AEC, BAB, BJ,
NTLH, NVI, RA). Pressupõe-se que esta comunhão seja um dom do Espírito Santo.
Afetos é mais bem traduzido por “afetos ternos” (cf. AEC, BAB, BJ, BV, NVI,
RA). A tradução compaixões está correta.
O
significado do versículo é claro: Se há força ou sustento divino “para os que estão em Cristo Jesus como vós
estais (e há); se há consolação ou incentivo que vem do vosso amor (e Paulo está confiante de que há); se a participação no Espírito Santo significa algo (e significa); se há em
vós ternura afetuosa (e Paulo está certo de que há)”, então
completai o meu gozo (2). Lightfoot traduz assim: “Enchei meu cálice de alegria até transbordar” (conforme versão BJ). Este pedido veemente do apóstolo foi chamado de “tautologia da determinação”. Mas não é pedido egoísta. Paulo ama os crentes filipenses com o amor
de Cristo (conforme Filipenses 1.7-8). Eles compartilham com ele numa comunhão
mútua. Portanto, o que completasse sua alegria e amor também seria para o bem
deles (Filipenses 1.3-4). Eles são sua “alegria e coroa” (Filipenses
4.1), e ele se alegrará neles ainda mais se eles sentirem o mesmo, tendo o
mesmo amor, literalmente, “tendo a
mesma mente e o mesmo amor” (conforme versão
NVI). E os instrui a ter o mesmo ânimo, sentindo uma mesma coisa, literalmente,
“prestando atenção à mesma coisa”. Os crentes filipenses têm de agir “juntos como se uma única alma os ativasse”. Paulo está exigindo, não unidade de julgamento, mas unanimidade moral
— unidade de estado de espírito.
“Nada façais por contenda ou por vanglória”. No grego, a frase está incompleta; façais não está no original.
Levando em conta a palavra grega phronountes, traduzida no versículo anterior por sentindo uma mesma coisa,
talvez tradução melhor seria “nada
penseis de modo a contender”. A humildade
da obediência não tolera nada que seja feito “de acordo com a facção” (kata eritheian) ou segundo a “presunção
infundada” (kenodoxian), mas por humildade; cada um considere os outros
superiores a si mesmo. Este não é apelo a favor de
servilismo miserável, que é muitas vezes máscara de falsa humildade. Trata-se
de pedido à autoavaliação genuína que reconhece que temos imperfeições
desconhecidas pelos outros, e que os outros possuem virtudes óbvias que eles
mesmos não demonstram.
“Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual
também para o que é dos outros” (Filipenses
2.4). O versículo está no imperativo. Não devemos fixar os olhos somente em
nossos próprios interesses, como o corredor que fixa os olhos só na meta e nada
mais (conforme Romanos 12.10). No original, as frases cada um e cada qual são
traduções da mesma palavra grega; mas as aplicações em grego podem ser
diferentes. Provavelmente, no primeiro uso e, certamente, no segundo, o grego é
plural. Sendo assim, pode ser traduzido por “cada círculo” ou “cada grupo”.
A igreja em Filipos não foi afetada por heresia. Há uma ameaça à comunhão, por
causa de interesses próprios de certos indivíduos ou partidos dentro da igreja.
A genuína humildade evita que o indivíduo insista até no que ele julga ser seu
direito (conforme 1 Coríntios 6.7).
Dos
versículos 1 a 4, Alexander Maclaren pregou sobre o “Apelo à Unidade”. Ele
observa:
1) Os
motivos e laços da unidade cristã, 1;
2) O
ideal justo que completaria a alegria do apóstolo, 2;
3) Os
obstáculos e ajudas para terem o mesmo modo de pensar (3,4).
Esta é
uma das passagens cristológicas mais majestosas e profundas de todas as Santas
Escrituras. Não há homem que ouse escalar os picos montanhosos da revelação
contida nestes versículos. Ao lê-los, ficamos mais inclinados a louvar do que a
analisar ou discorrer cerca da teologia que revelam. Considerando a construção e
equilíbrio meticuloso das frases, temos a sensação de que se trata de um poema
ou hino usado na adoração pela igreja primitiva. Mas não podemos evitar a
interpretação e, historicamente, estes versículos deram origem a pontos de
vista numerosos e, por vezes, antagônicos. Quaisquer que sejam as mínimas
diferenças de significado que se identifiquem aqui, a mensagem essencial de
Paulo (idêntica ao pensamento expresso em 2 Coríntios 8.9) não é difícil de
descobrir. Para isso, temos de manter em mente que seu propósito primário é de
natureza prática. Ele está lidando com um problema que ameaça pôr fim à unidade
dos crentes em Filipos. Em oposição à disposição de alguns que fazem valer seus
direitos egoisticamente, Paulo estabelece o espírito de Cristo como exemplo
supremo de obediência.
“De sorte que haja em vós o mesmo sentimento” (Filipenses 2.5) é, literalmente, “pensai [phroneite] nisto em vós mesmos”. “Pensar” também é usado em Filipenses 1.7 e 2.2 (ali traduzido por “sentir”;
e “sintais”, “sentindo”). Porém, conota mais que mero pensamento. Refere-se primariamente à
disposição de ânimo, atitude, estado de espírito. A palavra houve na frase
o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus não ocorre no texto
original. Talvez “há” seja melhor. Moffatt traduz o versículo assim: “Tratai uns aos outros com o mesmo espírito à
medida que vós experimentais em Cristo Jesus”.
Também foi traduzido assim: “Tende
esta mente em vossa comunidade, que é também a que tendes em Cristo Jesus”. Este modo de traduzir a frase é consistente com a ordem para os
crentes filipenses operarem a própria salvação (Filipenses 2.12). Também serve
de exortação legítima contra a separação errônea que certos cristãos professos
fazem entre a vida religiosa e os relacionamentos com as pessoas. Aqui se
mostra a absoluta impossibilidade de amar a Deus sem, ao mesmo tempo, amar aos
semelhantes.
Os gregos
tinham duas palavras para referir-se a forma (Filipenses 2.6). Uma referia-se à
mera aparência externa, como quando uma miragem toma a forma de água. Neste
caso, não há verdadeira equivalência entre a aparência e o que se afigura que
é. A outra palavra grega denota que a aparência do objeto é a verdadeira
revelação ou expressão do próprio objeto. Quer dizer, a forma participa da
realidade; assim a realidade se revela na forma. É a segunda palavra grega (morphe) que
Paulo emprega aqui: Que, sendo
em forma de Deus (conforme Marcos 16.12). Cristo é o morphe theou,
ou seja, a verdadeira e plena expressão ou revelação de Deus. Esta revelação
não pode ser explicada por categoria humana. E totalmente inexplicável à parte
da afirmação de que a fonte absoluta da revelação é o próprio Deus. Portanto,
Paulo fala de Cristo Jesus como sendo ou “subsistindo” (huparchon
[conforme versão RA]) em forma de Deus — e não que Cristo Jesus “é” (einai) na
forma de Deus. Em outras palavras, aquilo que se revelou, ou seja, Deus, é
antes da própria revelação. Mas a revelação, Cristo, que é o revelador, é um
com Deus, que é o revelado. Por ser assim, a revelação de Deus em Cristo é
verdadeira. Por conseguinte, Paulo está proclamando de modo querigmático e
didático o que a igreja sustentava teologicamente — que Deus e Cristo Jesus são
homoousias, “de uma substância”.
Não
teve por usurpação ser igual a Deus (Filipenses 2.6). O termo grego harpagmon
(usurpação) é derivado do verbo que significa “arrebatar”, “agarrar”
ou “pegar violentamente”. Daí esta tradução da frase: “Não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia
apegar-se” (versão NVI; conforme versão BV, CH).
Pelo visto, “ser
igual” não se refere tanto à natureza quanto
à relação. Há base racional para presumir que Cristo, sendo a revelação de Deus,
teria exigido seus direitos de ser reconhecido como igual a Deus. Mas,
contrário à acusação dos seus inimigos (João 5.17-18), foi precisamente isso
que ele recusou fazer — insistir nos seus direitos (conforme BJ) ou usurpar o
lugar de Deus. Ele recusou buscar enriquecimento próprio ou autossatisfação. É
possível que Paulo tivesse em mente o contraste entre o primeiro Adão, que
egoisticamente desejou ser “como
Deus” (Gênesis 3.5), e Cristo, o segundo
Adão, que altruisticamente atentou “para o
que é dos outros” (Filipenses 2.4).
Comentário sobre 3 João: Não
há dúvida de que o apóstolo João tinha grande amor por Gaio! Ele o chama de "amado" em sua saudação e em 3 João 5. É pouco provável que este fosse apenas
um tratamento formal, como quando escrevemos. O texto de 3 João 4 sugere a possibilidade
de Gaio haver se convertido pelo ministério de João, e é evidente que as
pessoas que levamos a Cristo são especialmente preciosas para nós. No entanto,
o apóstolo amado considerava todos os cristãos seus "Filhinhos" (1 João
2.1, 12, 18), de modo que não se pode levar essa idéia longe demais.
Vejamos
as qualidades pessoais desse homem de grande caráter. É possível que João
esteja dando a entender que seu amigo não passava bem e que o apóstolo orava
pela restauração de sua saúde: "Desejo
que seja tão saudável na vida quanto o é na espiritual!" Se esse é o caso, comprova que é possível ser espiritualmente saudável
mesmo estando fisicamente enfermo. No entanto, esse tipo de saudação era
bastante comum na época, de modo que não se deve dar-lhe ênfase excessiva.
Contudo,
fica claro que Gaio era um homem cuja "saúde espiritual"
era visível a todos. "Mesmo
que o nosso homem exterior se corrompa, contudo, o nosso homem interior se
renova de dia em dia" (2 Coríntios 4.16).
A saúde física é decorrente de boa nutrição, exercícios, higiene e de uma vida
regrada e equilibrada. A saúde espiritual é decorrente de fatores semelhantes.
É preciso alimentar-se da Palavra e usar seus nutrientes no exercício da
piedade (1 Timóteo 4.6-7). Deve-se manter a pureza (2 Coríntios 7.1) e evitar a
contaminação e poluição do mundo (2 Pedro 1.4; Tiago 1.27). Apesar de o
exercício e o trabalho serem importantes, também é importante descansar no
Senhor e renovar as forças por meio da comunhão com ele (Mateus 11.18-30). Uma
vida equilibrada é uma vida saudável e feliz, que honra a Deus.
O que
fazia de Gaio uma testemunha tão excelente? A verdade de Deus. A verdade estava
nele e lhe permitia andar em obediência à vontade de Deus. Gaio lia a Palavra,
meditava sobre ela, se deleitava nela e, então, a praticava em sua vida diária
(ver Salmo 1.1-3). A meditação é para a alma o que a digestão é para o corpo.
Não basta ouvir a palavra ou ler a Palavra. Deve-se "digeri-la"
internamente e torná-la parte do ser interior (ver 1 Tessalonicenses 2.13).
Fica
claro que a vida de Gaio era completamente envolta pela verdade. A vida
autêntica vem da verdade viva. Jesus Cristo, a verdade (João 14.6), é revelado
na Palavra, que é a verdade de Deus (João 17.17). O Espírito Santo também é a
verdade (1 João 5.6) e ensina a verdade. O Espírito de Deus usa a Palavra de
Deus para revelar o Filho de Deus e, então, nos capacita para obedecer à
vontade de Deus e a "andar
na verdade".
Uma
semana abençoada para todos os irmãos, na Paz do Senhor Jesus Cristo!
Márcio Celso
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 4º
Trimestre de 2023, ano 33 nº 129 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Jovens
e Adultos – Professor –Terceira Epístola de João – Instituindo o discipulado
baseado na verdade, no amor e fortalecendo os laços da fraternidade cristã – Pr.
Alex de Mello Cardoso.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e
Corrigida.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e
Atualizada.
Editora Vida –
2014 - Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso Eronildes
Fernandes.
Editora Vida –
2014 – Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D. Radmarcher,
Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D. Radmarcher,
Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Vida –
2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.
Editora Central
Gospel – 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia –
Leland Ryken, Philip Ryken e James Wilhoit.
Editora CPAD –
2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.
Editora Vida – 2014
– Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão internacional
– Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.
Editora Mundo Cristão
– 2010 – Comentário Bíblico Africano - editor geral Tokunboh Adeyemo.
Editora CPAD – 2010
– Comentário Bíblico Mathew Henry – Tradução: Degmar Ribas Júnior, Marcelo
Siqueira Gonçalves, Maria Helena Penteado Aranha, Paulo José Benício.
Editora Mundo Cristão
– 2011 - Comentário Bíblico Popular — Antigo e Novo Testamento - William
MacDonald - editada com introduções de Art Farstad.
Editora
Geográfica – 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Antigo Testamento –
Volume 2 – Tradução: Susana E. Klassen.
Editora Geográfica
– 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Novo Testamento – Volume 1 –
Tradução: Susana E. Klassen.
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