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sexta-feira, 29 de setembro de 2023

Lição 01 - 4º trimestre de 2023 - O verdadeiro discípulo anda na verdade

Lição 01 – 01 de outubro de 2023 – Editora BETEL

O verdadeiro discípulo anda na verdade

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Sobre andar na verdade

A batalha em defesa da verdade e contra a apostasia é travada não apenas no lar (2 João), mas especialmente na igreja local, onde entra em cena a terceira carta de João. Esta pequena carta (a epístola mais curta do Novo Testamento no texto original grego) permite vislumbrar uma congregação primitiva com seus membros e problemas. Ao ler esta carta sucinta, é possível observar que os tempos não mudaram tanto assim. Há pessoas e problemas semelhantes hoje.

Uma das palavras-chave desta carta é testemunho (3 João 3,6,12). Refere-se não apenas às palavras ditas, mas também à vida. Todo cristão é uma testemunha - para melhor ou para pior. Ou colaboramos com a verdade (3 João 8) ou lhe servimos de empecilho.

Esta carta é dirigida a Gaio, um dos líderes da congregação. Mas, nestes versículos, João também trata de dois outros homens: Diótrefes e Demétrio. Onde há pessoas, há problemas - e o potencial para resolver problemas. Cada um de nós deve se perguntar com honestidade: "sou parte do problema ou da solução?"

Gaio era reconhecido como um homem que obedecia à Palavra de Deus e "[andava] na verdade" (ver 2 João 4). Alguns irmãos haviam visitado João várias vezes, relatando com grande alegria que Gaio era um excelente exemplo do que a vida cristã deve ser.

O que fazia de Gaio uma testemunha tão excelente? A verdade de Deus. A verdade estava nele e lhe permitia andar em obediência à vontade de Deus. Gaio lia a Palavra, meditava sobre ela, se deleitava nela e, então, a praticava em sua vida diária (ver Salmo 1.1-3). A meditação é para a alma o que a digestão é para o corpo. Não basta ouvir a palavra ou ler a Palavra. Deve-se "digeri-la" internamente e torná-la parte do ser interior (ver 1 Tessalonicenses 2.13).

Fica claro que a vida de Gaio era completamente envolta pela verdade. A vida autêntica vem da verdade viva. Jesus Cristo, a verdade (João 14.6), é revelado na Palavra, que é a verdade de Deus (João 17.17). O Espírito Santo também é a verdade (1 João 5.6) e ensina a verdade. O Espírito de Deus usa a Palavra de Deus para revelar o Filho de Deus e, então, nos capacita para obedecer à vontade de Deus e a "andar na verdade".

João 17. Embora os discípulos tenham sido mencionados na oração (João 17.6-8), somente agora o pedido é por eles. Eu rogo por eles (João 17.9). O próprio Jesus está na função de Advogado (1 João 2.1). Duas grandes forças se unem pelos homens, Eu, o Requerente, e o Pai, a quem se pede. Com esse tipo de ajuda, um discípulo nunca fracassará (João 10.28; Judas 24).

Quem são esses discípulos em cujo nome tão fervorosa intercessão é feita? Eles são os onze. Eles pertencem ao Pai — eles são teus — e foram dados ao Filho. Assim pertencem a ambos, em uma propriedade mútua: todas as minhas coisas são tuas, e as tuas coisas são minhas (10). Eles estão no mundo (11) mas não são do mundo (14). É por eles que Ele roga.

O que é que Ele pede por eles? Três coisas.

1. Guardá-los. Pai santo, guarda em teu nome aqueles que me deste. A tradução da KJV baseia-se em um texto sem grandes documentações, e a versão RSV deve ser preferida. Comentando sobre o significado, Bernard diz: “Em Cristo, Deus foi revelado com o amor e proteção providenciais; o seu ‘Nome’, i.e., a sua natureza essencial como Pai, foi exibido no Filho Encarnado. Assim, ‘o Nome’ do Pai foi ‘dado’ a Cristo e esta é outra forma de expressar a unidade essencial entre o Pai e o Filho”. A súplica é feita ao nosso Pai santo, e é pelo seu nome que os discípulos serão guardados (protegidos). Hoskyns afirma com grande clareza: “A santidade de Deus assinala a sua separação da descrença e da maldade do mundo, que está sob o poder do Diabo (1 João 5.19). É precisamente esta santidade que marca os verdadeiros discípulos de Jesus, que estão no mundo, mas que não são do mundo, e que provê a base para a sua unidade”.

Há um momento de trágica reminiscência na oração. É sobre Judas. Todos os discípulos foram guardados, e nenhum deles se perdeu, senão o filho da perdição. As palavras gregas para perdeu e perdição são cognatas e referem-se a “perecer de forma final”. Em Marcos 14.4, a mesma palavra é usada para “desperdício”. “Possivelmente, este incidente estava sendo recordado quando Judas foi chamado de ‘filho da perdição’, o homem que realmente desperdiçou o que era precioso”. Assim, não é de admirar que Jesus tenha orado: Que os livres do mal (“do maligno”; conforme Mateus 6.13). Para estarem protegidos do “maligno”, eles não devem ser tirados do mundo, apesar de que o mundo os odiou. Para que a Escritura se cumprisse provavelmente é uma referência a Salmos 41.9-10.

2. Que tenham a minha alegria completa em si mesmos (conforme João 15.11; 16.20- 22,24). A obra de Jesus pelos homens está terminada. Esta é a sua alegria; e agora o que falta é somente que esta obra tenha resultado sobre os discípulos, isto é, que sejam guardados, protegidos (João 17.11,15), santificados (João 17.17-18) e unidos pelo laço do amor (João 17.22,26).

3. Santifica-os na verdade (João 17.17). O verbo grego hagiazo, aqui um imperativo aoristo, significa “consagrar, dedicar, santificar, tratar como sagrado, reverenciar, purificar”. O seu adjetivo cognato é hagios, que significa “santo”. A forma substantiva plural hoi hagioi é “os santos”. O fato de que o verbo seja um imperativo aoristo indica claramente que a santificação dos discípulos seria uma experiência de crise. “Não é possível que signifique um processo incompleto, mas um ato definitivo de santificação”.

Qual é a natureza da santificação que Jesus pede ao Pai para os discípulos?

(a) É claro que isto só poderia se dar pelo poder de Deus. O próprio fato de que o pedido foi feito ao Pai, e não foi uma ordem para os discípulos, evidencia isto. O homem não pode santificar-se a si mesmo. Ele não é capaz, nem adequado,

(b) Ela acontece na verdade (João 17.17-19). Assim, uma pessoa é “verdadeiramente santificada”. Westcott destaca: “A verdade pela qual eles são odiados e pela qual eles são fortalecidos (João 17.14) é o poder pelo qual são transformados”. Bernard diz: “A verdade deveria ser o meio da sua consagração como... o ‘Espírito da Verdade’ deveria ser o Agente” (conforme João 16.13). Isto também se torna efetivo por meio da autoconsagração de Jesus. Ninguém mais poderia ter dito E por eles me santifico a mim mesmo (João 17.19). Ele se dedicou, consagrou-se à morte, um Sacrifício voluntário (João 10.18), para tornar possível a purificação, a consagração e a santificação dos crentes (conforme Hebreus 13.12). Strachan comenta: “Jesus é ao mesmo tempo o sacerdote e a vítima. Portanto, o seu sacrifício é um sacrifício voluntário. Ao ‘santificar’ a si mesmo, Jesus consagra a si mesmo a Deus, para morrer”.

(c) É a preparação para a saída dos crentes ao mundo. Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo (João 17.18).

A ordem de Jesus foi para que eles, em primeiro lugar, permanecessem (Lucas 24.49) e depois saíssem e fossem testemunhas (Atos 1.8). E uma preparação para “viver” as implicações éticas da santidade cristã. Uma pessoa deve estar pura para servir (João 13.14). “Como a consagração Divina necessariamente precisa envolver a santidade moral pessoal, Ele ora para que eles não sejam contaminados pelo mundo, e para que possam ser preservados do poder do maligno”. Algumas vezes, existe uma tendência de enfatizar a experiência interna da santificação para negligenciar ou excluir as suas necessárias implicações morais. Fazer isto é ser falso quanto ao ensino das palavras de Jesus: Para que também eles sejam santificados na verdade (João 17.19). Segundo Bernard, o verbo “conota não tanto a seleção de um homem para uma obra importante quanto a sua capacitação e adequação para o cumprimento da sua tarefa”.

Uma semana abençoada para todos os irmãos, na Paz do Senhor Jesus Cristo!

Márcio Celso

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Editora Betel 4º Trimestre de 2023, ano 33 nº 129 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Jovens e Adultos – Professor –Terceira Epístola de João – Instituindo o discipulado baseado na verdade, no amor e fortalecendo os laços da fraternidade cristã – Pr. Alex de Mello Cardoso.

Sociedade Bíblica do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e Corrigida.

Sociedade Bíblica do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e Atualizada.

Editora Vida – 2014 - Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso Eronildes Fernandes.

Editora Vida – 2014 – Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.

Editora Central Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D. Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.

Editora Central Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D. Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.

Editora Vida – 2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.

Editora Central Gospel – 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia – Leland Ryken, Philip Ryken e James Wilhoit.

Editora CPAD – 2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.

Editora Vida – 2014 – Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão internacional – Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.

Editora Mundo Cristão – 2010 – Comentário Bíblico Africano - editor geral Tokunboh Adeyemo.

Editora CPAD – 2010 – Comentário Bíblico Mathew Henry – Tradução: Degmar Ribas Júnior, Marcelo Siqueira Gonçalves, Maria Helena Penteado Aranha, Paulo José Benício.

Editora Mundo Cristão – 2011 - Comentário Bíblico Popular — Antigo e Novo Testamento - William MacDonald - editada com introduções de Art Farstad.

Editora Geográfica – 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Antigo Testamento – Volume 2 – Tradução: Susana E. Klassen.

Editora Geográfica – 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Novo Testamento – Volume 1 – Tradução: Susana E. Klassen.