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sexta-feira, 1 de setembro de 2023

Lição 10 - 03 de setembro de 2023 - Sofonias - o fim está próximo

Lição 10 – 03 de setembro de 2023 – Editora BETEL

Sofonias – o fim está próximo 

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Sobre Sofonias

Autor e data: O livro de Sofonias é o nono na coleção da literatura profética dos hebreus. Em muitos particulares é um dos típicos “profetas menores”, mas assinala “a primeira coloração de profecia com apocalipse”. Sofonias era homem realista, sóbrio e controlado, ainda que não lhe faltassem poderes impressionantes de imaginação e poderosas e realísticas figuras de linguagem. É certo que ele era jovem quando escreveu sua profecia, mui provavelmente com não mais de vinte e nove anos de idade, quando começou a profetizar. Foi contemporâneo de Jeremias entre os profetas, e do bom rei Josias, de Judá. Alguns eruditos comprazem-se em dizer que Naum também foi contemporâneo de Sofonias e que Sofonias surgiu perto do fim do ministério daquele, o qual, naturalmente, dizia respeito exclusivamente à cidade de Nínive. Mas, não podemos concordar com tudo isso, pois, argumenta-se, a destruição de Nínive não teve lugar senão em 612 a.C. e Naum deve ser considerado como profeta mais próximo desse acontecimento do que do período coberto por 640-621 a.C. que foi a época em que Sofonias deve ter aparecido.

O aparecimento de Jeremias parece ter sido imediatamente depois das primeiras profecias de Sofonias. Há aqueles que asseveram que eram os dois profetas praticamente da mesma idade, porém, não existe prova sobre qualquer combinação íntima entre os dois. Efetivamente, em certos pontos, Jeremias percebeu a fraqueza e o perigo do reavivamento generalizado e súbito de Sofonias. Indubitavelmente Jeremias se regozijou com as reformas provocadas pela pregação de Sofonias, realizada por Josias; mas parece que Jeremias podia ver além; talvez por já ter vivido mais que o outro profeta; e que considera uma parte da reforma como mera formalidade externa, um gesto próprio de um movimento popular, e não uma purificação sincera e espiritual, dotada de qualidade de permanência.

Sofonias foi o primeiro profeta no período de duas gerações. Provavelmente já se tinham passado setenta anos desde que tinham sido ouvidas as vozes dos profetas do período da ascendência dos assírios, Isaías e Miquéias. A sorte que coube a Samaria, em 712 a.C. servia de solene memória sobre o poder, a majestade e a retidão de Deus. É possível que os cinquenta anos anteriores ao reinado de Josias se tenham caracterizado por uma nova queda na degeneração e na esterilidade, na história de Judá. Seja como for, o vigor e o zelo da juventude de Sofonias eram qualidades necessárias em vista da situação que prevalecia, e são qualidades facilmente discerníveis em seu livro.

A franqueza e o tom imperdoável dos pronunciamentos de julgamento são qualidades típicas de um homem jovem que possui fortes convicções e manifesta um grau incomum de sensibilidade moral e dedicação. O zelo reformador do jovem rei Josias (639-609 a.C.) tinha paralelo apropriado na fervorosa pregação do novo jovem profeta. Ambos “vieram ao reino para um tempo tal como aquele” e a juventude de ambos e os anos difíceis que os moldaram prepararam-nos bem para desempenhar um digno papel naquela nova era. O Dr. George Adam Smith sugere que o nome de Sofonias, que significa “Jeová tem guardado (ou ocultado)”, pode indicar que seu nascimento teve lugar durante o tempo da matança efetuada por Manassés. (The Book of the Twelve Prophets, Vol. 2, p. 47). De qualquer modo, o que é certo é que quando, na providência de Deus, Sofonias se apresentou no palco dos acontecimentos de Judá, ele marcou o início de uma nova linha de profetas que deveria incluir Jeremias, Habacuque, Obadias e Ezequiel (além de Naum, se for aceita a data posterior para sua profecia), todos os quais procuraram salvar Judá da sorte que já tinha envolvido o reino do norte. Por conseguinte, é possível dizer com certeza que o corpo principal do livro deve ser associado com a reforma ligada com Josias, que teve lugar em 621 a.C. e é razoável supor que a pregação de Sofonias foi uma das causas contribuintes dessa reforma. Portanto, podemos concluir que a data provável foi cerca de 630 a.C.

Circunstâncias de sua elocução: Conforme já foi indicado, as circunstâncias dentro das quais Sofonias foi chamado a profetizar eram, a um e ao mesmo tempo, perigosas e promissoras. Durante o longo reinado de Manassés (696-642 a.C.), o perverso filho do bom rei Ezequias, o estado moral e religioso de Judá se tinha tristemente deteriorado (2 Crônicas 33.1-11). Durante todo o seu reinado ele se tinha oposto ao reavivamento religioso que havia caracterizado o reinado de seu pai. Manassés edificou novamente os altares que seu pai havia derrubado e restaurou a aviltante adoração da natureza associada à adoração de Baal. Superstição, adoração das estrelas e até mesmo sacrifícios humanos, se tornaram parte de uma religião de formalidades e cerimônias externas privada de realidade interna e sem convicções espirituais ou éticas. É possível fotografar tudo isso como “o sinal de uma alma desesperadamente ansiosa a procurar, cegamente, como propiciar os misteriosos poderes divinos, a volta fanática à religião de seu avô”, mas, quando muito não passava de um externalismo e de um sincretismo religioso que pagava muita deferência aos senhores assírios e, para os profetas, não passava de uma clara e precipitada iniquidade. Aqueles que haviam tentado preservar a pureza da adoração a Jeová tinham sido recompensados por seus esforços, com a perseguição e até mesmo com a morte. “Manassés derramou muitíssimo sangue inocente, até que encheu a Jerusalém de um ao outro extremo” (2 Reis 21.16).

É verdade, naturalmente, que Manassés se arrependeu dessa atitude antes de sua morte e que “humilhou-se muito perante o Deus de seus pais” (2 Crônicas 33.12). Também é evidente que as más tendências de seu reinado não haviam conquistado inteiramente o apoio do povo. Uma vez mais, havia um remanescente que não havia dobrado os joelhos; havia aqueles que desejavam e trabalhavam para a vinda de tempos melhores. Era esse fator que tornava aquele período ao mesmo tempo promissor e perigoso. Josias tornou-se rei de uma nação, dentre a qual muitos ansiavam por uma religião mais pura e estavam prontos tanto para ouvir Sofonias como para seguir o rei em seu zelo reformador.

Também se deve fazer menção da invasão da Média e da Assíria pelos citas, em 632 a.C. que transformou seus campos frutíferos em um deserto, como se uma nuvem de gafanhotos tivesse passado por eles. “A guerra era sua principal atividade, e serviram de terrível flagelo para as nações da Ásia Ocidental. Romperam a barreira do Cáucaso em 632 a.C. e, avançando através da Mesopotâmia, pilharam a Síria e estavam prestes a invadir o Egito quando Psamatique I os comprou com ricos presentes” (PORTER, I.S.B.E., p. 2.706). O relato dessa invasão, que é dado por Heródoto, no Livro IV de sua História, tem recebido alguma confirmação mediante pesquisas recentes sobre a questão e serve para explicar o decadente poder da Assíria, o que permitiu Josias levar a efeito suas reformas e deu à Babilônia a oportunidade de assumir a ascendência. Alguns eruditos, por outro lado, duvidam da exatidão do relato de Heródoto, em vista dos erros demonstráveis ali contidos e porque ele é nossa única fonte de autoridade para a história de que os citas chegaram tão ao sul e ao oeste a ponto de chegarem à fronteira egípcia. Além disso, é argumentado que, visto que estamos a tratar de uma “linguagem escatológica tipicamente vaga, em que tudo é visto através de uma nuvem de poeira”, os julgamentos aqui anunciados não podem referir-se àquela invasão. (ELLISON, Men Spake from God, p. 81). Não é essencial, entretanto, supor que a invasão cita é aqui retratada, mas é razoável sustentar que, sabendo a respeito como com certeza sabia, Sofonias teria visto nela um quadro do que aconteceria se Judá persistisse em seu presente curso de rebelião contra o Senhor. Em realidade, a invasão cita parece não ter atingido Judá de forma alguma; seu opressor, afinal de contas, e o instrumento do julgamento de Deus, foi a Babilônia.

A mensagem de Sofonias: Sofonias era habitante de Jerusalém. Isso é óbvio em vista de certas referências a locais específicos da cidade, que só poderiam ter sido feitas por alguém que estivesse bem familiarizado com eles (conforme Sofonias 1.4, “deste lugar”; 1.10-11-12). Na cidade, o profeta observava a populaça, que se inclinava a viver mediante a força e a fraude entre si mesmos, mostrando-se idólatra e cética para com Deus. Suas primeiras profecias, por esse motivo, estão envolvidas numa melancolia sem alívio; o traço negro na face de Deus é mui claramente perceptível no quadro que temos em Sofonias 1.1-3.8. Desse ponto em diante, todavia, soa uma nova nota, a esperança de salvação universal e a restauração final para Judá. A seção de Sofonias 3.9-20 é tão diferente da que a antecede que alguns eruditos a separam do resto do livro; porém, não há razão pela qual isso deva ser feito. É verdade que o grande peso da pregação profética de Sofonias dizia respeito ao julgamento, súbito, iminente e desastroso, contra Judá e as nações circunvizinhas. Contudo, frequentemente descobrimos que aqueles que mais claramente discernem os julgamentos de Deus contra o mundo em geral, são aqueles que também veem o arco-íris de Seu amor e misericórdia arqueados no horizonte do futuro. Sofonias, pois, apesar de ter predito os julgamentos que sobreviriam a Judá, viu-os como um expurgo necessário e essencial para que Judá se tornasse a nação bendita do Senhor e Sua criada perante o mundo inteiro.

Objetivo do livro de Sofonias: O objetivo dessa profecia era divulgar um chamado de undécima hora à nação, condenando sua idolatria e advertindo o povo sobre o grande dia da ira divina que estava para vir. Além desse aviso, Sofonias enfatizou novamente os resultados finais do julgamento de Israel, que seria um povo purificado e humilde, restaurado pelo Senhor, e Este passaria a habitar no meio deles.

“O Grande Dia do Senhor” (Sofonias 1.14): A grande ênfase de Sofonias é o Dia do Senhor, e o realce de sua fúria. Três profetas falaram do “grande” dia do Senhor: Joel 2.31 (835 a.C.), Sofonias 1.14 (630) e Malaquias 4.5 (430) (datas aproximadas), havendo entre essas profecias um período aproximado de duzentos anos. Cada um desses profetas falou a Judá em época de apostasia, admoestando a nação sobre o terrível julgamento do Senhor, e indicando o Deus de Israel como o lugar de refúgio para o arrependido.

Sofonias e a sua terrível descrição de Deus (1.18): Embora Miquéias, Naum e Habacuque também apresentassem o Senhor como um Deus de severo julgamento, a descrição da ira divina dada por Sofonias é provavelmente a mais terrível da Bíblia. O quadro de Sofonias 1.18 e 3.8 é como o “colapso final do universo”. O Todo-poderoso consome toda a terra com o fogo da sua indignação em virtude do pecado e da intransigência dos homens. Jamais veio de um profeta mensagem mais severa e sombria. O Rabino Lehrman diz: “A diferença entre Sofonias e os outros profetas é que ele faz da denúncia e ameaça, e não do ensinamento moral positivo, o principal tema da sua pregação” (COHEN, The Twelve Prophets (Soncino), página 233). Ele confronta solenemente os homens com a sombria realidade do seu iminente encontro com um Deus ultrajado que está prestes a liquidar homens idólatras e rebeldes.

Não é uma apresentação muito popular do cenário da atuação divina, cenário esse muitas vezes traçado com as tremendas cores de um imaginário “Inferno de Dante”. Mas esses últimos profetas descrevem o dia da ira de Deus em termos altamente específicos. Sofonias também realçou a disponibilidade da misericórdia divina para os que o procuram, mas não admite a diminuição da sua ira, que dará um terrível fim à terra pela sua rejeição obstinada ao Senhor.

O resumo mais arrebatador das profecias do Antigo Testamento: Já se observou que “se alguém quiser ver todos os oráculos secretos do Antigo Testamento reduzidos a um pequeno resumo, basta apenas o Livro de Sofonias”. Seu tema central refere-se ao Dia do Senhor, mostrando sua relação para com Israel e as nações. Descreve os julgamentos partindo da natureza divina e da rebelião e corrupção dos homens. Como a maioria dos outros profetas, Sofonias conclui com uma profecia da restauração de Israel após seu arrependimento. O Senhor vem a ele como um Guerreiro vitorioso, a fim de levar seu povo para a renovação e o triunfo. Embora Sofonias não apresente muito conteúdo original, resume as principais características da profecia ao desferir as declarações de caráter decisivo. Foi, mais do que os outros, o profeta da ênfase e conclusão.

Catálogo dos pecados religiosos (Sofonias 1.4-6; 3.1-5): O julgamento do Senhor põe em grande destaque todos os tipos de idolatria em experiências religiosas superficiais. A lista do profeta inclui:

(a) Adoradores de Baal e de outras divindades cananeias.

(b) Adoradores da natureza, do sol, da lua e das estrelas.

(c) Religiões sincréticas que pressupõem adorar o Senhor, mas também adoram outros deuses.

(d) Os que abandonam deliberadamente a adoração divina.

(e) Os indiferentes que não se interessam em obedecer às exigências

divinas (Sofonias 1.4-6). Ainda há os que têm idéias deístas, supondo que o Senhor vive muito ocupado e indiferente às situações angustiosas dos homens (Sofonias 1.12). Sofonias reservou também uma invectiva contra os corruptos líderes de Jerusalém, tanto religiosos quanto civis, que se tinham tornado impermeáveis às instruções divinas (Sofonias 3.1-5). Com rematado desdém pelos orgulhosos, o profeta apenas viu esperança para os humildes que, embora coxos e proscritos, confiavam no nome do Senhor (Sofonias 2.3; 3.12).

Cristologia em Sofonias (Sofonias 3.15,17): Ao descrever o desenrolar do dia do Senhor, Sofonias declara que o “Rei de Israel”, que estará no meio do povo, não será nada menos que o próprio Senhor (YHWH) (Sofonias 3.15). Ele virá como guerreiro vitorioso para livrá-los de todos os seus últimos inimigos. Sua vinda será alvo de grande alegria e exultação. Ele restaurará a precária situação dos judeus, tirando-os do opróbrio para fazer deles “um louvor e um nome em toda a terra” (Sofonias 3.19). Será para todos um lugar de refúgio (Sofonias 2.3).

Uma semana abençoada para todos os irmãos, na Paz do Senhor Jesus Cristo!

Márcio Celso

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Editora Betel 3º Trimestre de 2023, ano 33 nº 128 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Jovens e Adultos – Professor – Profetas Menores do Antigo Testamento – Proclamando o arrependimento, justiça e fidelidade a Deus. Anunciando a esperança da salvação através do Messias – Pr. Antônio Paulo Antunes.

Jhon Wiclyfe University - PROFETAS MENORES.

Sociedade Bíblica do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e Corrigida.

Sociedade Bíblica do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e Atualizada.

Editora Vida – 2014 - Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso Eronildes Fernandes.

Editora Vida – 2014 – Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.

Editora Central Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D. Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.

Editora Central Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D. Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.

Editora Vida – 2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.

Editora Central Gospel – 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia – Leland Ryken, Philip Ryken e James Wilhoit.

Editora CPAD – 2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.

Editora Vida – 2014 – Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão internacional – Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.

Editora Mundo Cristão – 2010 – Comentário Bíblico Africano - editor geral Tokunboh Adeyemo.

Editora CPAD – 2010 – Comentário Bíblico Mathew Henry – Tradução: Degmar Ribas Júnior, Marcelo Siqueira Gonçalves, Maria Helena Penteado Aranha, Paulo José Benício.

Editora Mundo Cristão – 2011 - Comentário Bíblico Popular — Antigo e Novo Testamento - William MacDonald - editada com introduções de Art Farstad.

Editora Geográfica – 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Antigo Testamento – Volume 2 – Tradução: Susana E. Klassen.

Editora Geográfica – 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Novo Testamento – Volume 1 – Tradução: Susana E. Klassen.