Lição 03 – 23 de julho de 2023 – Editora BETEL
Amós – é tempo
de buscar ao Senhor de todo o coração
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Sobre Amós
O livro de Amós: Uzias
ocupava o trono de Judá nos tempos em que Amós profetizava, e Jeroboão II era o
rei de Israel. O reinado de ambos coincide com o período que vai de 767-753 a.C.
É mais provável que Amós tenha profetizado entre 760-755 a.C. Foi uma época de
grande prosperidade.
Se o
profeta Amós viesse para nosso mundo de hoje, é provável que se sentisse em
casa, pois viveu numa época parecida com a nossa quando a sociedade estava
passando por transformações radicais. Tanto Israel quanto Judá estavam em paz
com seus vizinhos, o que significava que suas riquezas e energias podiam ser
usadas para desenvolver a nação em vez de combater os inimigos.
Os dois
reinos eram prósperos, suas cidades estavam se expandindo rapidamente, e uma
nova classe de comerciantes ricos desenvolvia-se na sociedade. Os dois reinos estavam
passando de sociedade agrícola para sociedade comercial e experimentavam os
benefícios e problemas decorrentes dessa transformação.
Amós e
Oséias profetizaram para Israel (Reino do Norte) e Isaías para Judá (Reino do Sul).
Nesse período a Assíria ainda não havia surgido como uma potência conquistadora.
A idéia de uma ruína que se aproximava parecia improvável para eles. Gozavam de
um período de paz. As nações ao redor não eram bastante fortes para lhes causar
problemas. Só pensavam em prazeres e divertimentos. Deus procurou despertar o
seu povo para o perigo, por isso mandou duas testemunhas, Oséias e Amós.
Amós
temia tanto a Deus que não receava mais ninguém. Ele proclamou uma mensagem muito
avançada para seu tempo. Entre os males que Amós denunciou estão exatamente os
mesmos de nossa época.
Autoria
O autor
é o próprio profeta. Amós é um dos muitos exemplos de um homem que Deus chamou,
quando estava ocupado em seus afazeres diários. Deus chamou-o com o cajado de
pastor na mão, e o mandou reunir o seu povo. Amós era de Tecoa, aldeia situada
cerca de vinte quilômetros ao sul de Jerusalém. Não era profeta, nem filho de
profeta. Não era sacerdote, nem membro da escola de profetas, mas boiadeiro e colhedor
de sicômoros. Seu nome significa “carregado” ou “carregador
de fardos”.
Tema
Durante
o ministério de Amós, o Reino do Norte achava-se em seu apogeu quanto à
expansão territorial, a paz política e a prosperidade nacional. Internamente,
porém, estava podre. A idolatria estava no auge. O povo preocupava-se somente
com os prazeres mundanos. A hipocrisia e a imoralidade reinavam. Amós
levanta-se para proclamar a justiça, a retidão e a retribuição divina pelo
pecado.
Mensagem
A
prosperidade de Israel servia apenas para aprofundar a corrupção da nação. Ao
ser enviado a Betel, Amós proclamou a seguinte mensagem: “Arrependam-se ou pereçam”. Com isso o profeta foi expulso da cidade, e proibido de ali profetizar.
Sua mensagem era advertir ao povo sobre o juízo divino, a não ser que se
arrependessem da idolatria, imoralidade e injustiça.
Juízo contra as nações
Este
humilde pregador do campo deixou seu lar em Judá e viajou trinta e cinco
quilômetros até Betel, no Reino do Norte, para pregar a Israel. Deus queria que
o reino de Israel ouvisse uma palavra de advertência. A idolatria predominava
em Betel. Tinham substituído o culto a Jeová pela adoração de bezerros. O povo
não sentia necessidade de pregação. Amós começou a pregar às multidões reunidas
em Betel, porque era dia de festa sagrada. Proclamava o juízo do Senhor sobre
seis nações vizinhas: Damasco (Síria), Gaza (Filístia), Tiro (Fenícia), Edom,
Amom e Moabe. Depois chegou mais perto e pronunciou juízo contra Judá e contra
o próprio Israel. Amós foi hábil na transmissão da mensagem.
O porquê
do juízo sobre essas nações: Damasco, é ameaçada por ter invadido Israel (Amós
1.3 e 2 Reis 10.32-33); Gaza e Tiro, conspiraram com Edom na invasão de Judá
(Amós 1.6-9 e 2 Crônicas 21.16-17; 28.18); Edom, continuaram com a hostilidade
(Amós 1.11, Obadias 10-12); Amom, atacou Gileade (Amós 1.13); Moabe, praticou
ações abomináveis, pagãs (Amós 2.1, 2 Reis 3.27); Judá, esqueceu-se da lei de Deus
(Amós 24.2; 2 Crônicas 36.19; 2 Reis 25.9); Israel, voltou-se para a injustiça
(Amós 2.6; 2 Reis 17.17-23).
Terminando
o capítulo dois, o profeta diz: “Eis que
eu vos apertarei no vosso lugar como se aperta um carro cheio de manolhos (feixes)” (Amós 2.13). Em consequência do pecado, a ira de Deus, cairia sobre o
iníquo Israel. Os que se consideravam fortes, independentes e bravos, desmoronariam,
e seriam esmagados pela cólera divina.
Três mensagens proféticas a Israel
Amós
foi chamado para anunciar o castigo que viria com certeza. Se os homens
rejeitam as contínuas advertências de Deus, terão de ser punidos. Amós acusou a
Israel de ser ganancioso, impuro e profano; de defender-se e desculpar-se por
ser o povo escolhido de Deus. A primeira série de punições relacionava-se com
os pecados das seis nações que cercam Israel. Depois o profeta passa para Judá
e Israel. Amós condenou a Israel, nação escolhida. Conheciam a lei de Deus, por
isso o seu pecado era maior. Ele fala da sua injustiça na administração da lei:
“Vendiam o justo por dinheiro”. Os ricos eram cruéis e desejavam ver os pobres oprimidos.
Nesses
capítulos, 3 a 6, Amós entrega três mensagens ousadas, iniciando cada uma delas
com a expressão: “Ouvi esta
palavra”. Na primeira, Deus julga Israel como
um povo privilegiado, a quem Ele livrara do Egito: “De todas as famílias da terra a vós somente conheci; portanto,
todas as vossas injustiças visitareis sobre vós” (Amós 3.2). Na segunda mensagem começa tratando as mulheres ricas de
Israel de “Vacas de Basã (...) que
oprimis os pobres, que quebrantais os necessitados, que dizei a seus senhores:
dai cá e bebamos” (Amós 4.1). Esse era o quadro,
traçado pelo profeta, dessas mulheres cruéis e impiedosas.
Amós
profetiza que elas seriam levadas ao cativeiro com anzóis de pesca, como o
justo juízo de Deus requeria. A terceira mensagem (cap. 5 e 6) alista as
abominações de Israel. Até mesmo os sacrifícios religiosos e as festas
tornaram-se abomináveis. Deus disse: “Aborreço,
desprezo as vossa festas” (Amós 5.21).
Quando faziam suas peregrinações de Gilgal a Betel, aumentavam o seu pecado,
porque era uma forma exterior de devoção, misturada à idolatria (Amós 5.4-6).
Deus requer uma conduta digna dele, e não meros sacrifícios vazios. Amós chama
a atenção ao fato de Deus ter mandado seca, praga e terremotos. Ainda assim não
se arrependeram.
Amós,
pois, conclama o povo ao arrependimento: “Ai dos que repousam em Sião”
(Amós 6.1), pois a ruína estava prestes a se abater sobre eles.
Visões acerca do futuro
Amós
recebeu cinco visões acerca do futuro. As duas primeiras visões sobre o
iminente castigo divino contra Israel. Viria na forma de gafanhotos (Amós 7.1)
e de calor intenso (Amós 7.4). E assim, a terra seria completamente devorada; a
fome seria generalizada. O profeta intercedeu em favor do povo, fazendo com que
Deus adiasse o castigo. A terceira visão (Amós 7-9) de Amós mostra Deus medindo
Israel com um prumo. Era este composto por um barbante tendo um peso amarrado
numa das pontas. Israel foi achado fora do prumo, com o risco de entrar em colapso.
A quarta visão descreve Israel como um cesto de frutos em franco estado de
putrefação. O juízo divino já se fazia arder (Amós 8.1-14). A visão final
mostra Deus em pé ao lado do altar, pronto a ferir Samaria e o reino decadente
do qual era capital (Amós 9.1-10).
O livro
de Amós termina com a promessa de que Israel não seria totalmente destruída. O
profeta prevê um dia em que a nação seria restaurada à sua terra e abençoaria a
todas as nações. O Senhor será o seu Deus!
O falso profeta expulsa Amós de Israel
Não
sabemos quanto tempo Amós pregou em Betel; sabemos apenas que o povo ouviu a
sua destemida mensagem. Quando Amós falava da destruição das nações vizinhas
eles o aplaudiam com entusiasmo. Então, Amazias, sacerdote de Betel, não podendo
levantar-se contra a pregação de Amós, procurou o apoio do rei. Mandou este
relatório ao rei: “Amós tem
conspirado contra ti no meio da casa de Israel a terra não poderá sofrer todas
as suas palavras. Porque assim diz Amós: Jeroboão morrerá à espada” (Amós 7.10-11). Amazias disse a Amós que voltasse à sua terra e
cuidasse da sua vida. O falso profeta fez Amós silenciar e ser expulso de Israel.
O verdadeiro profeta de Deus não teve liberdade de palavra. Quando Amós viu que
Israel não ia ouvi-lo, regressou a Judá e pôs os seus escritos em forma de
livro, para que o povo todo pudesse ler e entender.
O povo
de Israel amava os cultos religiosos, mas não amava o Deus a quem dizia adorar.
Naquele tempo, era moda fazer uma peregrinação a Betel ou a Gilgal, e ninguém queria
ficar para trás. Não havia confissão de pecados nem quebrantamento perante o
Senhor, só a participação em um evento religioso que levava os participantes a
se sentirem bem. O sistema todo era corrupto; o povo estava pecando enquanto pensava servir ao Senhor.
A
aplicação para a Igreja de hoje fica clara. E muito fácil participar de um
grande grupo religioso, cheio de entusiasmo para cantar, colocar dinheiro nas
sacolas de ofertas e, ainda assim, não mudar nada em nosso coração. A prova da
experiência espiritual não é: "Isso me
faz sentir bem?" ou: "A igreja estava cheia e o culto foi agradável?" A verdadeira prova é: "Estou
aprendendo mais de Deus e me tornando mais semelhante a Cristo?".
O povo
do tempo de Amós não voltava para casa decidido a ajudar os pobres, a dar de
comer aos famintos e a cuidar das viúvas e dos órfãos. Voltava com o mesmo
coração endurecido com que havia saído de casa, pois sua "adoração" não passava de um ritual vazio (Isaías 1.11-17). Qualquer "reavivamento" religioso que não muda as prioridades dos cristãos nem ajuda a
resolver os problemas da sociedade não é, de fato, "reavivamento".
E
interessante que Amós tenha mencionado a música, pois essa é uma parte
importante do culto na igreja. Contudo, aquilo que para os judeus era uma bela
música, para Deus não passava de barulho ("estrépito"; Amós
5.23). Hoje em dia, as pessoas pagam uma fortuna por ingressos para "shows de música gospel" e, no entanto, não frequentam estudos bíblicos nem encontros de edificação
gratuitos em sua própria igreja. A música cristã da atualidade é um grande negócio,
mas, quanto dessa música glorifica, de fato, ao Senhor? Aquilo que
consideramos música pode não passar de barulho para o Senhor.
Quer
seja evangelismo, educação, trabalho social ou missões, tudo o que a igreja realiza
para o Senhor vem da adoração. Se o manancial da adoração for poluído, o
ministério inteiro da igreja será contaminado. Como os judeus do tempo de Amós,
estamos apenas indo a Betel e pecando, ou somos verdadeiros adoradores? Assim, cabe ao povo de Deus examinar seu
coração e certificar-se de que suas motivações são corretas e de que aquilo que se faz nos cultos glorifica ao Senhor.
Amós
encerrou sua mensagem com uma doxologia de adoração ao Senhor (Amós 4.13; ver 5.8-9;
9.5-6). Quando um servo de Deus louva ao Senhor diante das calamidades
iminentes, isso mostra que ele é uma pessoa de grande fé (ver Habacuque 3.16-19).
Nessa doxologia, o profeta nos lembra de que nosso Deus é o Criador que pode
fazer qualquer coisa, inclusive criar a Terra a partir do nada. Pode
transformar a aurora em trevas; pode pisar sobre montanhas, e ninguém é capaz de
detê-lo. Também é o Deus onisciente que sabe o que pensamos, de modo que não há
nada que possamos esconder dele (Salmo 139.1-6). Ele é o Senhor dos Exércitos, o
Deus das hostes dos céus e da Terra!
Mas
será que hoje o povo de Deus está mais preparado?
Uma
semana abençoada para todos os irmãos, na Paz do Senhor Jesus Cristo!
Márcio Celso
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Editora Betel 2º
Trimestre de 2023, ano 33 nº 127 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Jovens
e Adultos – Professor – Gênesis – A segurança de viver pela fé nas promessas de
Deus – Bispo Abner Ferreira.
Seminário Evangélico para o Aperfeiçoamento de Discípulos e Obreiros do Reino - SEMEADOR - Profetas Menores - Niterói, 2002.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e
Corrigida.
Sociedade Bíblica
do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e
Atualizada.
Editora Vida –
2014 - Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso Eronildes
Fernandes.
Editora Vida –
2014 – Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D. Radmarcher,
Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Central
Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D. Radmarcher,
Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.
Editora Vida –
2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.
Editora Central
Gospel – 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia –
Leland Ryken, Philip Ryken e James Wilhoit.
Editora CPAD –
2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.
Editora Vida – 2014
– Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão internacional
– Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.
Editora Mundo Cristão
– 2010 – Comentário Bíblico Africano - editor geral Tokunboh Adeyemo.
Editora CPAD – 2010
– Comentário Bíblico Mathew Henry – Tradução: Degmar Ribas Júnior, Marcelo
Siqueira Gonçalves, Maria Helena Penteado Aranha, Paulo José Benício.
Editora Mundo
Cristão – 2011 - Comentário Bíblico Popular — Antigo e Novo Testamento -
William MacDonald - editada com introduções de Art Farstad.
Editora
Geográfica – 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Antigo Testamento –
Volume 2 – Tradução: Susana E. Klassen.
Editora Geográfica – 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Novo Testamento – Volume 1 – Tradução: Susana E. Klassen.