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quinta-feira, 20 de julho de 2023

Lição 04 - 3º trimestre de 2023 - Amós - é tempo de buscar ao Senhor de todo o coração

Lição 03 – 23 de julho de 2023 – Editora BETEL

Amós – é tempo de buscar ao Senhor de todo o coração

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Sobre Amós

O livro de Amós: Uzias ocupava o trono de Judá nos tempos em que Amós profetizava, e Jeroboão II era o rei de Israel. O reinado de ambos coincide com o período que vai de 767-753 a.C. É mais provável que Amós tenha profetizado entre 760-755 a.C. Foi uma época de grande prosperidade.

Se o profeta Amós viesse para nosso mundo de hoje, é provável que se sentisse em casa, pois viveu numa época parecida com a nossa quando a sociedade estava passando por transformações radicais. Tanto Israel quanto Judá estavam em paz com seus vizinhos, o que significava que suas riquezas e energias podiam ser usadas para desenvolver a nação em vez de combater os inimigos.

Os dois reinos eram prósperos, suas cidades estavam se expandindo rapidamente, e uma nova classe de comerciantes ricos desenvolvia-se na sociedade. Os dois reinos estavam passando de sociedade agrícola para sociedade comercial e experimentavam os benefícios e problemas decorrentes dessa transformação.

Amós e Oséias profetizaram para Israel (Reino do Norte) e Isaías para Judá (Reino do Sul). Nesse período a Assíria ainda não havia surgido como uma potência conquistadora. A idéia de uma ruína que se aproximava parecia improvável para eles. Gozavam de um período de paz. As nações ao redor não eram bastante fortes para lhes causar problemas. Só pensavam em prazeres e divertimentos. Deus procurou despertar o seu povo para o perigo, por isso mandou duas testemunhas, Oséias e Amós.

Amós temia tanto a Deus que não receava mais ninguém. Ele proclamou uma mensagem muito avançada para seu tempo. Entre os males que Amós denunciou estão exatamente os mesmos de nossa época.

Autoria

O autor é o próprio profeta. Amós é um dos muitos exemplos de um homem que Deus chamou, quando estava ocupado em seus afazeres diários. Deus chamou-o com o cajado de pastor na mão, e o mandou reunir o seu povo. Amós era de Tecoa, aldeia situada cerca de vinte quilômetros ao sul de Jerusalém. Não era profeta, nem filho de profeta. Não era sacerdote, nem membro da escola de profetas, mas boiadeiro e colhedor de sicômoros. Seu nome significa “carregado” ou “carregador de fardos”.

Tema

Durante o ministério de Amós, o Reino do Norte achava-se em seu apogeu quanto à expansão territorial, a paz política e a prosperidade nacional. Internamente, porém, estava podre. A idolatria estava no auge. O povo preocupava-se somente com os prazeres mundanos. A hipocrisia e a imoralidade reinavam. Amós levanta-se para proclamar a justiça, a retidão e a retribuição divina pelo pecado.

Mensagem

A prosperidade de Israel servia apenas para aprofundar a corrupção da nação. Ao ser enviado a Betel, Amós proclamou a seguinte mensagem: “Arrependam-se ou pereçam”. Com isso o profeta foi expulso da cidade, e proibido de ali profetizar. Sua mensagem era advertir ao povo sobre o juízo divino, a não ser que se arrependessem da idolatria, imoralidade e injustiça.

Juízo contra as nações

Este humilde pregador do campo deixou seu lar em Judá e viajou trinta e cinco quilômetros até Betel, no Reino do Norte, para pregar a Israel. Deus queria que o reino de Israel ouvisse uma palavra de advertência. A idolatria predominava em Betel. Tinham substituído o culto a Jeová pela adoração de bezerros. O povo não sentia necessidade de pregação. Amós começou a pregar às multidões reunidas em Betel, porque era dia de festa sagrada. Proclamava o juízo do Senhor sobre seis nações vizinhas: Damasco (Síria), Gaza (Filístia), Tiro (Fenícia), Edom, Amom e Moabe. Depois chegou mais perto e pronunciou juízo contra Judá e contra o próprio Israel. Amós foi hábil na transmissão da mensagem.

O porquê do juízo sobre essas nações: Damasco, é ameaçada por ter invadido Israel (Amós 1.3 e 2 Reis 10.32-33); Gaza e Tiro, conspiraram com Edom na invasão de Judá (Amós 1.6-9 e 2 Crônicas 21.16-17; 28.18); Edom, continuaram com a hostilidade (Amós 1.11, Obadias 10-12); Amom, atacou Gileade (Amós 1.13); Moabe, praticou ações abomináveis, pagãs (Amós 2.1, 2 Reis 3.27); Judá, esqueceu-se da lei de Deus (Amós 24.2; 2 Crônicas 36.19; 2 Reis 25.9); Israel, voltou-se para a injustiça (Amós 2.6; 2 Reis 17.17-23).

Terminando o capítulo dois, o profeta diz: “Eis que eu vos apertarei no vosso lugar como se aperta um carro cheio de manolhos (feixes)” (Amós 2.13). Em consequência do pecado, a ira de Deus, cairia sobre o iníquo Israel. Os que se consideravam fortes, independentes e bravos, desmoronariam, e seriam esmagados pela cólera divina.

Três mensagens proféticas a Israel

Amós foi chamado para anunciar o castigo que viria com certeza. Se os homens rejeitam as contínuas advertências de Deus, terão de ser punidos. Amós acusou a Israel de ser ganancioso, impuro e profano; de defender-se e desculpar-se por ser o povo escolhido de Deus. A primeira série de punições relacionava-se com os pecados das seis nações que cercam Israel. Depois o profeta passa para Judá e Israel. Amós condenou a Israel, nação escolhida. Conheciam a lei de Deus, por isso o seu pecado era maior. Ele fala da sua injustiça na administração da lei: “Vendiam o justo por dinheiro”. Os ricos eram cruéis e desejavam ver os pobres oprimidos.

Nesses capítulos, 3 a 6, Amós entrega três mensagens ousadas, iniciando cada uma delas com a expressão: “Ouvi esta palavra”. Na primeira, Deus julga Israel como um povo privilegiado, a quem Ele livrara do Egito: “De todas as famílias da terra a vós somente conheci; portanto, todas as vossas injustiças visitareis sobre vós” (Amós 3.2). Na segunda mensagem começa tratando as mulheres ricas de Israel de “Vacas de Basã (...) que oprimis os pobres, que quebrantais os necessitados, que dizei a seus senhores: dai cá e bebamos” (Amós 4.1). Esse era o quadro, traçado pelo profeta, dessas mulheres cruéis e impiedosas.

Amós profetiza que elas seriam levadas ao cativeiro com anzóis de pesca, como o justo juízo de Deus requeria. A terceira mensagem (cap. 5 e 6) alista as abominações de Israel. Até mesmo os sacrifícios religiosos e as festas tornaram-se abomináveis. Deus disse: “Aborreço, desprezo as vossa festas” (Amós 5.21). Quando faziam suas peregrinações de Gilgal a Betel, aumentavam o seu pecado, porque era uma forma exterior de devoção, misturada à idolatria (Amós 5.4-6). Deus requer uma conduta digna dele, e não meros sacrifícios vazios. Amós chama a atenção ao fato de Deus ter mandado seca, praga e terremotos. Ainda assim não se arrependeram.

Amós, pois, conclama o povo ao arrependimento: “Ai dos que repousam em Sião” (Amós 6.1), pois a ruína estava prestes a se abater sobre eles.

Visões acerca do futuro

Amós recebeu cinco visões acerca do futuro. As duas primeiras visões sobre o iminente castigo divino contra Israel. Viria na forma de gafanhotos (Amós 7.1) e de calor intenso (Amós 7.4). E assim, a terra seria completamente devorada; a fome seria generalizada. O profeta intercedeu em favor do povo, fazendo com que Deus adiasse o castigo. A terceira visão (Amós 7-9) de Amós mostra Deus medindo Israel com um prumo. Era este composto por um barbante tendo um peso amarrado numa das pontas. Israel foi achado fora do prumo, com o risco de entrar em colapso. A quarta visão descreve Israel como um cesto de frutos em franco estado de putrefação. O juízo divino já se fazia arder (Amós 8.1-14). A visão final mostra Deus em pé ao lado do altar, pronto a ferir Samaria e o reino decadente do qual era capital (Amós 9.1-10).

O livro de Amós termina com a promessa de que Israel não seria totalmente destruída. O profeta prevê um dia em que a nação seria restaurada à sua terra e abençoaria a todas as nações. O Senhor será o seu Deus!

O falso profeta expulsa Amós de Israel

Não sabemos quanto tempo Amós pregou em Betel; sabemos apenas que o povo ouviu a sua destemida mensagem. Quando Amós falava da destruição das nações vizinhas eles o aplaudiam com entusiasmo. Então, Amazias, sacerdote de Betel, não podendo levantar-se contra a pregação de Amós, procurou o apoio do rei. Mandou este relatório ao rei: “Amós tem conspirado contra ti no meio da casa de Israel a terra não poderá sofrer todas as suas palavras. Porque assim diz Amós: Jeroboão morrerá à espada” (Amós 7.10-11). Amazias disse a Amós que voltasse à sua terra e cuidasse da sua vida. O falso profeta fez Amós silenciar e ser expulso de Israel. O verdadeiro profeta de Deus não teve liberdade de palavra. Quando Amós viu que Israel não ia ouvi-lo, regressou a Judá e pôs os seus escritos em forma de livro, para que o povo todo pudesse ler e entender.

O povo de Israel amava os cultos religiosos, mas não amava o Deus a quem dizia adorar. Naquele tempo, era moda fazer uma peregrinação a Betel ou a Gilgal, e ninguém queria ficar para trás. Não havia confissão de pecados nem quebrantamento perante o Senhor, só a participação em um evento religioso que levava os participantes a se sentirem bem. O sistema todo era corrupto; o povo estava pecando enquanto pensava servir ao Senhor.

A aplicação para a Igreja de hoje fica clara. E muito fácil participar de um grande grupo religioso, cheio de entusiasmo para cantar, colocar dinheiro nas sacolas de ofertas e, ainda assim, não mudar nada em nosso coração. A prova da experiência espiritual não é: "Isso me faz sentir bem?" ou: "A igreja estava cheia e o culto foi agradável?" A verdadeira prova é: "Estou aprendendo mais de Deus e me tornando mais semelhante a Cristo?".

O povo do tempo de Amós não voltava para casa decidido a ajudar os pobres, a dar de comer aos famintos e a cuidar das viúvas e dos órfãos. Voltava com o mesmo coração endurecido com que havia saído de casa, pois sua "adoração" não passava de um ritual vazio (Isaías 1.11-17). Qualquer "reavivamento" religioso que não muda as prioridades dos cristãos nem ajuda a resolver os problemas da sociedade não é, de fato, "reavivamento".

E interessante que Amós tenha mencionado a música, pois essa é uma parte importante do culto na igreja. Contudo, aquilo que para os judeus era uma bela música, para Deus não passava de barulho ("estrépito"; Amós 5.23). Hoje em dia, as pessoas pagam uma fortuna por ingressos para "shows de música gospel" e, no entanto, não frequentam estudos bíblicos nem encontros de edificação gratuitos em sua própria igreja. A música cristã da atualidade é um grande negócio, mas, quanto dessa música glorifica, de fato, ao Senhor? Aquilo que consideramos música pode não passar de barulho para o Senhor.

Quer seja evangelismo, educação, trabalho social ou missões, tudo o que a igreja realiza para o Senhor vem da adoração. Se o manancial da adoração for poluído, o ministério inteiro da igreja será contaminado. Como os judeus do tempo de Amós, estamos apenas indo a Betel e pecando, ou somos verdadeiros adoradores? Assim, cabe ao povo de Deus examinar seu coração e certificar-se de que suas motivações são corretas e de que aquilo que se faz nos cultos glorifica ao Senhor.

Amós encerrou sua mensagem com uma doxologia de adoração ao Senhor (Amós 4.13; ver 5.8-9; 9.5-6). Quando um servo de Deus louva ao Senhor diante das calamidades iminentes, isso mostra que ele é uma pessoa de grande fé (ver Habacuque 3.16-19). Nessa doxologia, o profeta nos lembra de que nosso Deus é o Criador que pode fazer qualquer coisa, inclusive criar a Terra a partir do nada. Pode transformar a aurora em trevas; pode pisar sobre montanhas, e ninguém é capaz de detê-lo. Também é o Deus onisciente que sabe o que pensamos, de modo que não há nada que possamos esconder dele (Salmo 139.1-6). Ele é o Senhor dos Exércitos, o Deus das hostes dos céus e da Terra!

Mas será que hoje o povo de Deus está mais preparado?

Uma semana abençoada para todos os irmãos, na Paz do Senhor Jesus Cristo!

Márcio Celso

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Editora Betel 2º Trimestre de 2023, ano 33 nº 127 – Revista da Escola Bíblica Dominical - Jovens e Adultos – Professor – Gênesis – A segurança de viver pela fé nas promessas de Deus – Bispo Abner Ferreira.

Seminário Evangélico para o Aperfeiçoamento de Discípulos e Obreiros do Reino - SEMEADOR - Profetas Menores - Niterói, 2002.

Sociedade Bíblica do Brasil – 2009 – Bíblia Sagrada – João Ferreira de Almeida – Revista e Corrigida.

Sociedade Bíblica do Brasil – 2007 – Bíblia do Obreiro – João Ferreira de Almeida – Revista e Atualizada.

Editora Vida – 2014 - Bíblia Judaica Completa – David H. Stern, Rogério Portella, Celso Eronildes Fernandes.

Editora Vida – 2014 – Bíblia de Estudo Arqueológica – Nova Versão Internacional.

Editora Central Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento – Earl D. Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.

Editora Central Gospel – 2010 - O Novo Comentário Bíblico – Novo Testamento – Earl D. Radmarcher, Ronald B. Allen e H. Wayne House – Rio de Janeiro.

Editora Vida – 2004 – Comentário Bíblico do Professor – Lawrence Richards.

Editora Central Gospel – 2005 – Manual Bíblico Ryken – Um guia para o entendimento da Bíblia – Leland Ryken, Philip Ryken e James Wilhoit.

Editora CPAD – 2017 – História dos Hebreus – Flávio Josefo.

Editora Vida – 2014 – Manual Bíblico de Halley – Edição revista e ampliada – Nova versão internacional – Henry Hampton Halley – tradução: Gordon Chown.

Editora Mundo Cristão – 2010 – Comentário Bíblico Africano - editor geral Tokunboh Adeyemo.

Editora CPAD – 2010 – Comentário Bíblico Mathew Henry – Tradução: Degmar Ribas Júnior, Marcelo Siqueira Gonçalves, Maria Helena Penteado Aranha, Paulo José Benício.

Editora Mundo Cristão – 2011 - Comentário Bíblico Popular — Antigo e Novo Testamento - William MacDonald - editada com introduções de Art Farstad.

Editora Geográfica – 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Antigo Testamento – Volume 2 – Tradução: Susana E. Klassen.

Editora Geográfica – 2007 – Comentário Bíblico Expositivo Wiersbe – Novo Testamento – Volume 1 – Tradução: Susana E. Klassen.